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Sinpro e Sinteal contestam retorno às aulas em Alagoas
Para sindicatos, volta de funcionamento das escolas, sejam elas públicas ou privadas, ainda gera insegurança
Os sindicatos de trabalhadores da educação do estado não receberam bem a notícia sobre a possibilidade de retorno das aulas a partir de outubro. Em entrevista coletiva realizada na quarta-feira (23), o governador Renan Filho disse que até o final deste mês, o governo irá apresentar um plano de retomada de alguns segmentos da educação.
Para o presidente em exercício do Sindicato dos Professores do Estado de Alagoas (Sinpro), Fernando Cedrim, o governador não deixou claro que esse retorno está próximo. Ele ressalta ainda que a questão não é observar se está na hora de retornar as aulas, mas sim analisar o que vem acontecendo em outros países e em alguns estados do Brasil, onde as aulas retornaram e depois tiveram que ser interrompidas novamente.
“Nós temos dois casos a citar, um fora do Brasil, em Paris e aqui no Nordeste, no Maranhão. Houve a abertura e agora as escolas estão tendo que retroceder. Acho que se houver um retorno e acontecer o que aconteceu nesses locais que citei para gente será muito ruim, porque você gera ainda mais medo, insegurança e o impacto pode ser ainda pior do que esperar um momento mais oportuno. A gente está trabalhando, avaliando fatos. A gente observa dessa forma. Não é a gente achar que está na hora de voltar ou não”.
Fernando salienta ainda que o Sinpro não foi convidado e nem comunicado para participar da discussão que resultou na construção de um protocolo sanitário formulado pelo Sistema de Educação de Maceió, formado pelas escolas e públicas da capital.
Já a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Consuelo Correia, avalia com preocupação o retorno das aulas neste momento.
“Nós precisamos saber se o governo vai fazer a testagem de todos estudantes para saber se eles estão indo para a escola sem nada. É uma preocupação porque as crianças e os jovens estão em casa com seus familiares que saem para trabalhar. Os trabalhadores também serão testados? Nesse percurso de casa para escola e da escola para casa nos transportes coletivos há uma preocupação que é a contaminação. Nós estamos vendo que a população está relaxando porque em Maceió está na fase azul e nós estamos sabendo que os casos de contaminação estão aumentando. A pessoas acham que a pandemia acabou”.
Ela ressalta ainda que na Europa a segunda onda do coronavírus foi bem pior que a primeira e isso acaba também gerando uma preocupação.
Representantes dos sindicatos dos Estabelecimentos de Ensino Básico de Maceió (Sinepe) e dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino Privado de Alagoas (Sintep) foram procurados pela reportagem, mas até o fechamento desta edição não retornaram as mensagens.