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Pazuello afirma que vacinação em todo o país pode começar hoje às 17h

Anúncio foi feito após ele sofrer pressão dos governadores

Por Redação com G1 18/01/2021 08h08
Pazuello afirma que vacinação em todo o país pode começar hoje às 17h
Foto: GNews

O Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta segunda-feira (18), que a vacinação contra a Covid-19 será iniciada a partir das 17h em todo o país. O anúncio foi feito após ele sofrer pressão dos governadores, que pediram para antecipar o início da aplicação das doses, inicialmente previsto para esta quarta-feira (20), conforme informou a colunista Andréia Sadi.

"Acho que podemos começar hoje até o fim do expediente, a partir das 17h", declarou o ministro.

O horário foi proposto, segundo ele, para dar tempo de todos os estados receberem as doses da CoronaVac, vacina do Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Em cerimônia em São Paulo, Pazuello deu início à distribuição das doses pelo país. As caixas saíram do centro de distribuição de logística do Ministério da Saúde em Guarulhos, na Grande São Paulo.

"A todas as famílias das vítimas, recebam a nossa solidariedade. É muito difícil perder alguém que amamos. Está dado o primeiro passo para a maior campanha de vacinação do mundo", afirmou o ministro.

Das 6 milhões de doses, 4.636.936 serão enviadas pelo governo federal aos estados brasileiros. As outras 1.357.640 serão distribuídas pelo estado de SP.

Troca de Farpas com Dória 

Em resposta ao início da vacinação em São Paulo neste domingo, o ministro Pazuello afirmou que a aplicação da primeira dose no estado está "em desacordo com a lei" por começar antes do início do Plano Nacional de Vacinação, previsto pelo para a próxima quarta-feira.

"Poderíamos num ato simbólico ou numa jogada de marketing iniciar a primeira dose em uma pessoa, mas em respeito a todos os governadores, prefeitos e todos os brasileiros, o Ministério da Saúde não fará isso", disse o ministro.

Pazuello disse que as 6 milhões de doses do Butantan serão distribuídas proporcionalmente aos estados a partir da segunda-feira (18). "Qualquer movimento fora desta linha está em desacordo com a lei".

Em dezembro, o governador de São Paulo, João Doria, chegou a anunciar que a vacinação no Estado iria ocorrer em 25 de janeiro. O anúncio pressionou o governo federal a correr atrás de uma data nacional. Nos bastidores, governo de São Paulo e governo federal começaram a correr para garantir a primeira foto da vacinação no Brasil.

Na coletiva em São Paulo, Doria disse em resposta:

"Lamento, ministro Eduardo Pazuello, que o senhor, como ministro da Saúde, que deveria estar grato à Anvisa e a São Paulo, que temos uma vacina, usa o tempo para protestar contra isso. É inacreditável uma situação como essa no Brasil. Aqui lutamos pela vida, e Brasília luta pelo quê?"

Dimas Covas, diretor do Butantan, foi escolhido por Doria para responder ao ministro sobre a alegação de que a vacinação em SP está em "desacordo com a lei". Ele disse que assinou e já enviou o termo pedido na reunião da Anvisa e que, por isso, não houve nenhuma irregularidade.

"Eu respeito muito o general Pazuello, mas, como todo general, como todo soldado, ele foi preparado a vida inteira para matar, lutar", disse Dimas, complementando que ele age "ao contrário de quem trabalha na saúde". "A gente foi preparado para salvar vidas".