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40 mil pessoas já foram vacinadas em Alagoas

Segundo a Sesau, nas três primeiras grandes fases, 723 mil devem ser imunizadas em Alagoas

Por Raphael Alves (ESTAGIÁRIO)* com Sesau AL 25/01/2021 15h03
40 mil pessoas já foram vacinadas em Alagoas

Dez meses após a confirmação do primeiro caso da Covid-19 em Alagoas, o sentimento de esperança volta a encher os olhos e os corações dos alagoanos, que perderam ou tem medo de perder alguém nessa guerra contra este inimigo invisível. Terça-feira, dia 19 de janeiro de 2021, data que ficou marcada pelo início da vacinação no estado. Não estamos livres desta pandemia que já vitimou mais de 200 mil brasileiros, ainda existem muitos obstáculos a serem superados até a imunização coletiva.

Neste primeiro momento, mais de 40 mil pessoas – pouco mais de 1% da população alagoana – estão recebendo a Coronavac nos 102 municípios. Nesta fase, a chegada de 87 mil doses da vacina Coronavac a Alagoas, na noite da última segunda-feira (18), trouxe um fôlego, uma chance de respirarmos fundo e percebermos que este pesadelo vai ter um fim, já que a vacina é a luz no fim do túnel. Outras 25 mil doses foram divididas para os 102 municípios alagoanos e Maceió ficou com mais de 12 mil. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) informou que a primeira etapa de vacinação deve ser concluída – no caso das unidades de gestão estadual – em duas semanas e que a nova etapa se inicia a partir dos 20 dias da aplicação da primeira leva da imunização. Mais de 40 mil pessoas em Alagoas devem ser vacinadas na primeira fase: trabalhadores da saúde, idosos institucionalizados a partir de 60 anos, idosos a partir de 75 anos e indígenas aldeados. Nestas três primeiras grandes fases, 723 mil devem ser imunizadas em Alagoas.

VACINAÇÃO É ESSENCIAL

Na observação do professor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Sérgio Lira, que integra o Grupo de Modelagem Científica e Simulação do Surto da Covid-19 em Alagoas, é importante que a população saiba que a vacina chegou e que tomar as duas doses é essencial para a proteção de todos, não apenas individual. “No entanto, demoraremos vários meses até vacinar uma parcela significativa da população. Portanto, não podemos relaxar quanto ao uso de máscaras, distanciamento social, higiene, testagem e isolamento de doentes”, explica Lira. Sobre quais perguntas ainda precisam ser respondidas sobre a vacina, o professor Sérgio Lira explica que há dois pontos importantes a serem esclarecidos em breve com o acompanhamento da vacinação, um dos pontos é que precisamos determinar qual a duração da imunidade induzida pelas vacinas, “Sabemos que indivíduos imunizados estarão protegidos quanto ao adoecimento, mas não sabemos se os vacinados podem continuar transmitindo o vírus de maneira assintomática. A segunda questão faz com que a recomendação do uso de máscaras seja mantida mesmo para as pessoas vacinadas”, detalha. A reportagem questiona o pesquisador sobre quando acredita que atingiremos a imunidade coletiva. “A OMS defende que a imunidade coletiva deva ser atingida somente através da vacinação e não deixando que a doença se espalhe em seguimentos da população. Segundo a OMS e o CDC americano (Centro de Controle e Prevenção de Doenças), especialistas ainda não determinaram qual deve ser a porcentagem de pessoas vacinadas para atingir uma imunidade coletiva para a Covid-19. Isso depende uma combinação de fatores como a transmissibilidade da doença, comportamento da população, eficácia da vacina e duração da imunidade induzida. Tudo indica que essa fração deve ser maior que 60% da população”, responde Sérgio Lira.