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Tamanduá Mirim é encontrado no centro de Arapiraca

Por 7Segundos 31/03/2015 16h04
Tamanduá Mirim é encontrado no centro de Arapiraca

Durante o retorno para sua residência, na madrugada desta terça-feira (31), o empresário Davi Otte se deparou com um animal exótico atravessando a Rua 15 de novembro, no centro de Arapiraca.

De acordo com o ele, a primeira impressão que teve ao ver o animal ágil e veloz  atravessando a rua era que fosse um "cassaco". Por curiosidade parou a moto e se aproximou do bicho. Para sua surpresa,  ele estava diante de uma espécie de tamanduá mirim .

Davi Otte relatou a reportagem do 7 Segundos que tentou pegar o animal,  pois sabia que se deixasse o tamanduá na rua provavelmente seria morto por alguém que poderia imaginar  que o animal fosse agressivo.

“Eu vi uma caixa de papelão na rua e fui me aproximando cuidadosamente do tamanduá. Por uma reação de defesa o tamanduá ficou com as patas erguidas, literalmente em pé”, afirmou Davi Otte.

Com a ajuda de sua esposa, o empresário conseguiu, com muito cuidado e carinho, colocar o bicho dentro da caixa de papelão e levou para casa. Ele acredita que é um  animal doméstico, pois é muito dócil e não estranhou o contato com ele.

Davi conta que ligou para o número 193 do Corpo de Bombeiro para os militares resgatarem o animal, mas ninguém atendeu o telefone.

"Felizmente, a ligação era para capturar um animal, mas se minha casa tivesse sendo atingida por um incêndio eu e minha família teríamos morrido”, desabafou Otte.

Sem sucesso com o socorro dos bombeiros, o gerente não teve outra opção a não ser deixar o tamanduá mirim solto dentro de casa, pois no quintal da residência estavam os três cães e não tinha como deixá-los todos em um mesmo local.

Mas a única alternativa encontrada pelo gerente para deixar o bicho protegido tornou-se um dilema. Davi informou que o animal fez uma "farra" dentro de casa

“O tamanduá escalou o guarda-roupa, quebrou copos e não parava dentro de casa. Ficamos a madrugada toda acordados”, relatou .

Após uma agitada noite com o visitante inusitado Davi Otte consegui entrar em contato com o IBAMA e uma equipe de agentes ambientais resgatou o animal .

Tamanduá Mirim 

Família

Os tamanduás fazem parte da ordem xenarthra (antes chamada edentata), sendo parentes próximos de preguiças e tatus. São 4 espécies de tamanduás e, como os tatus e as preguiças, só existem no novo mundo. Nome xenarthra vem de articulações pós cranianas sem vértebra lombar, só presentes nesses animais. O nome edentata era um nome enganoso, uma vez que preguiças e tatus tem dentes, só os tamanduás não tem.

Características

Aparenta coloração amarelo-pálido com manchas pretas similares a um colete, por isso também é chamado de jaleco. Tem olhos pequenos e focinho comprido. Seu peso varia entre 3,8 e 7Kg, com o corpo medindo entre 47 e 77cm de comprimento. Como o tamanduá bandeira, possui língua comprida com muco viscoso e pegajoso, que auxilia na captura de alimentos.

A cauda é longa, medindo entre 40 e 68cm, peluda na base mas sem pelos na ponta. As patas anteriores são bem desenvolvidas, com quatro dedos com garras enormes, servindo como defesa e para escavar formigueiros, cupinzeiros e colméias. Caminham apoiando na parte de fora das patas, deixando rastro em forma de lua. Tem visão e audição ruins, usando olfato para encontrar alimentos.

Comportamento

São solitários e alguns indivíduos tem hábitos diurnos enquanto outros tem hábitos noturnos. É um escalador excelente e sobe sempre em árvores em busca de colméias de abelhas e outros insetos, estando quase sempre em áreas arborizadas. Ao sentir-se ameaçado levanta, apoiando-se nas patas posteriores e mostrando as patas anteriores com as garras afiadas, caracterizando o popularmente "abraço do tamanduá". Dieta de baixos nutrientes faz com que descanse bastante para economizar energia, por até 16 horas por dia. Descansa em buracos no chão, ocos de árvores e até em galhos de árvore. Locomovem-se lentamente e ao contrário do tamanduá bandeira não conseguem correr rapidamente. Territórios variam entre 350 e 400 hectares.

Alimentação

Alimentam-se principalmente de cupins, formigas e abelhas, mas também do mel existente nas colmeias. Existe variação entre indivíduos em relação à preferência por alimentos. Aparentemente preferências são passadas para jovens, que alimentam-se com suas mães e acabam adotando-as. São predador por onças pintadas, pardas e jaguatiricas e jovens também por raposas.