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Municípios alagoanos recebem kits para diagnóstico e combate à sífilis

Por Assessoria 25/11/2018 11h11
Municípios alagoanos recebem kits para diagnóstico e combate à sífilis

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) entregou, nesta sexta-feira (23), aos técnicos municipais de Arapiraca, Atalaia, Santana do Ipanema, Maceió e União dos Palmares, kits para trabalhar a prevenção à sífilis junto aos pacientes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS). Os cinco municípios fazem parte de um grupo prioritário.

A ação faz parte da Campanha Nacional de Combate à Sífilis, iniciada em outubro deste ano, cujo propósito é realiza testes rápidos, capazes de diagnosticar a doença em 15 minutos. O kit contém um nécessaire para a gestante que está fazendo o pré-natal em alguma UBS e uma carteira para o homem que vai se submeter à testagem rápida, além de materiais educativos explicando sobre os principais agravos da doença.

De acordo com Sheila dos Anjos, técnica do Programa de Combate às ISTs da Sesau, a sífilis na gravidez é muito perigosa, devido ao risco de o bebê ser infectado. A transmissão pode ocorrer pela passagem da bactéria Treponema Pallidum pela placenta, contaminado o feto ainda durante a gestação, ou no momento do parto.

“A sífilis pode ser transmitida para o bebê se a mulher engravidar com sífilis ou adquirir a doença depois de já estar grávida. Por isso a importância desse kit, com o objetivo de estimular as mulheres a fazerem o diagnóstico precoce”, explicou Sheila dos Anjos.

A técnica acrescenta que a maioria dos homens não leva a sério o tratamento de sífilis, mesmo após a detecção da doença pela parceira. “A sífilis congênita é uma doença totalmente evitável. Por isso, é muito importante que o homem faça o diagnóstico precoce e o tratamento adequado. Desta forma, além de mais saúde, o homem contribui para a não disseminação da doença”, afirmou.

Aumento da testagem

O coordenador da Atenção Básica de União dos Palmares, Rones de Oliveira, disse que os casos de sífilis têm aumentado no município. Esse crescimento nos diagnósticos, no entanto, pode ser explicado pela oferta de testagem rápida para sífilis, HIV e hepatites B e C na localidade.

“O recebimento desses kits é muito importante, porque é uma política voltada para a prevenção e o tratamento da doença. A mulher, por exemplo, vai ter a oportunidade de fazer o teste e isso estimula outras gestantes a fazerem. Também incentiva a presença do parceiro no pré-natal, não apenas para o tratamento e detecção da sífilis, mas para que ele esteja envolvido em todo o processo da gravidez, sem se descuidar da própria saúde”, destacou.

Quando o pai não participa do pré-natal, o filho pode nascer com sífilis congênita. A criança pode ter cegueira, feridas no corpo, dentes deformados, pneumonia, problemas ósseos, surdez, deficiência mental e pode chegar a morrer.

Doença

A sífilis é uma infecção transmitida através do sexo desprotegido – sem o uso de preservativo. Também pode passar da mulher infectada para o bebê durante a gravidez ou parto, causando a sífilis congênita.

Um dos primeiros sinais da infecção é uma ferida sem dor, no pênis, ânus ou boca. A ferida pode nem ser percebida, e desaparece após alguns dias, mesmo sem tratamento, mas a bactéria continua ativa no sangue. Porém, na maioria das vezes, a pessoa com sífilis não apresenta sintomas e, caso não seja tratada corretamente, após alguns meses podem surgir manchas em várias partes do corpo.

Prevenção e tratamento

Por ser uma doença sexualmente transmissível, é importante o uso da camisinha em todas as práticas sexuais – oral, anal e vaginal. Ela deve ser usada desde o início da relação sexual. O uso do preservativo é ainda mais importante durante a gravidez e a amamentação.

Os testes para a sífilis estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) e possibilitam o diagnóstico precoce e, consequentemente, a redução de sua transmissão, além de melhorar a qualidade de vida por meio do tratamento com penicilina.