Em reunião no Palácio República dos Palmares, Renan Filho voltou a cobrar a identificação da origem do óleo que atingiu praias de 72 municípios nos nove estados nordestinos, bem como a punição rigorosa aos responsáveis pelo desastre ambiental.
“O governador tem sido muito atuante. Só em Japaratinga, ele foi quatro vezes. Conseguimos limpar 80% das nossas praias, mas o problema é que todo dia chega mais óleo. Por isso, precisamos de mais informações para não ficar ‘enxugando gelo’”, disse o prefeito de Japaratinga, Júnior Loureiro, um dos municípios mais afetados em Alagoas.
A AMA tem participado ativamente junto as prefeituras através das Coordenações Municipais de Defesa Civil, monitorando os trabalhos e atuando como interlocutora dos dados entre municípios e a Defesa Civil Estadual. Ao lado dos gestores, a AMA também tem se posicionado a favor de respostas mais rápidas do Governo Federal.
“A elucidação e a punição de quem gerou esse dano ambiental precisam ser exemplares para o Brasil como República, como país, porque o Nordeste brasileiro, lindo e de povo hospitaleiro, não merece receber óleo nas praias”, afirmou o governador de Alagoas.
Renan Filho acrescentou que, além disso, é fundamental uma inspeção criteriosa para detectar possíveis danos ambientais aos estuários e aos recifes de coral, abundantes na costa alagoana. É no estado que fica localizada a maior unidade de conservação marinha do país, a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, uma das maiores barreiras coralíneas do mundo.
A integração de esforços, segundo o governador, é fundamental para a contenção de uma catástrofe ambiental dessa magnitude: “Eu falei para o ministro que toda a ajuda que o governo federal puder enviar será bem-vinda. Nós temos agido assim: criamos o Grupo Técnico de Acompanhamento (GTA) lá atrás, que está integradamente e diariamente se reunindo na Capitania dos Portos para juntar todos os esforços e dar solução a esse problema”.
Até o momento, 30 pontos de praias em 12 municípios alagoanos registraram a presença de petróleo cru, segundo informações do GTA. Foram recolhidas 662 toneladas do material, considerando óleo e areia contaminada, levadas à Central de Tratamento Resíduos (CTR) do Pilar, na região metropolitana de Maceió.
Renan Filho disse que, num esforço conjunto, Alagoas é um dos estados afetados que mais conseguiram recolher resíduos das praias até o momento e defendeu que o auxílio do governo federal seja proporcional ao trabalho desprendido para minimizar os impactos e limpar o litoral.
O ministro Gustavo Canuto afirmou que três ações importantes estão sendo feitas paralelamente pelo governo federal: o monitoramento constante da costa, a busca pela origem do vazamento e o recolhimento do óleo. “A nossa iniciativa é de auxílio, de apoio, de diálogo. Eu tenho certeza que com Alagoas esse diálogo é frequente, é constante, e o governador está imbuído e agindo concretamente para resolver essa situação”, afirmou.
Ele recordou que a investigação para identificar a origem do óleo foi iniciada no dia 2 de setembro pelos órgãos competentes, buscando, inclusive, imagens de satélite de outros países. “Enquanto não descobrimos a origem, fazemos o monitoramento da praia constantemente. Nosso objetivo é dar uma resposta rápida tendo em vista a imprevisibilidade do óleo. Como o governador bem colocou: quando um desastre acontece, não há filiação partidária, não há ideologia, há todos juntos para defender e resolver um problema ambiental que não atinge Alagoas, não atinge a Bahia, não atinge Sergipe: atinge o Nordeste e o Brasil”, avaliou.
Participaram os prefeitos de Japaratinga, Júnior Loureiro, e de Coruripe, Joaquim Beltrão, além do secretário municipal de Meio Ambiente de Maragogi, Gabriel Vasconcelos.
A reunião contou, ainda, com a presença do secretário nacional de Defesa Civil, Alexandre Lucas; do coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Moisés Melo; do superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Mário Sarmento; do capitão dos Portos de Alagoas, Haron Jorge; do Diretor-presidente do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Gustavo Lopes; e dos secretários de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, Fernando Pereira; da Comunicação, Enio Lins; e do Gabinete Civil, Fábio Farias.