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Restauração do Museu Pierre Chalita ainda não tem data de início

Por Tribuna Hoje 03/03/2020 10h10
Restauração do Museu Pierre Chalita ainda não tem data de início
Edilson Omena

Ainda não há data definida para início dos trabalhos de recuperação do telhado e parte da fachada do prédio que abriga o Museu Pierre Chalita, no Centro de Maceió. Parte do teto do prédio desabou na manhã do último sábado (29), o desabamento causou uma rachadura em parte da fachada, sendo necessário o isolamento da calçada.

De acordo com informações da responsável pela Fundação Pierre Chalita, Solange Lages Chalita, um relatório sobre a situação do prédio e a reforma ainda estão sendo realizados, não há informações sobre o que teria motivado o desabamento.

“Esses problemas, um ou outro, impedem o trabalho um ou dois dias, mas depois recupera-se e volta a receber as pessoas. Atuando na comunidade positivamente, é o que penso. Nenhuma obra foi danificada, por incrível que pareça. Foi bom demais. Está a mesma arrumação que tinha. Não posso responder ainda  [sobre a recuperação], vamos entregar a uma equipe técnica e dependendo do aconselhamento, não acredito que houve dano maior”, destaca Solange.

Apesar de a fachada do prédio estar escorada por cordas e apresentar danos, Solange afirma que não houve comprometimento. “A fachada não teve prejuízo nenhum, foi deito tudo certinho. Quando estiver tudo recuperado, que vai ser logo, porque [o dano] não é grande. Quando for recuperado a gente comunica. Nós não temos compromisso de apresentar nada, temos que apresentar tudo direito, é até importante fazer uma revisão geral, faz muito, há coisas que vêm até para o bem da gente, a gente se debruça e faz o melhor possível”, disse.

Segundo Solange Chalita não houve comprometimento do acervo, apesar disso, durante a tarde desta segunda-feira (2) trabalhadores realizaram a remoção de peças para o prédio anexo.

A museóloga, Carmem Lúcia Dantas esteve no local também na tarde de ontem. Ela contou que as peças que foram retiradas da parte onde houve o desabamento, serão levadas a outro espaço da fundação, que fica no bairro de Jaraguá. Carmem Lúcia afirmou ainda que uma coletiva de imprensa será realizada nos próximos dias para repassar à sociedade informações detalhadas sobre o ocorrido.

“O irmão de Solange me ligou dizendo que queria dar uma coletiva. Foi uma coisa tão de repente, pegou todo mundo de surpresa. Foi retirado o material todo de cima do telhado. O que foi de peça, a equipe já treinada por Solange tirou com todo o carinho, todo o cuidado para o que sofreu, que estava no centro, porque felizmente as paredes não caíram, os quadros fora preservados, e o que sobrou foi sendo retirado dos entulhos para a gente tentar o restauro. E para o que aconteceu foi pouco o que o acervo sofreu, e também a sorte de não ter ninguém. As peças serão levadas para o espaço em Jaraguá”.

A museóloga afirma que r de ontem as providências começaram a ser tomadas. “A entrada está proibida. Eu acho que de quarta-feira, no máximo, vou falar com ele para reunir todas as informações de Defesa Civil para que a gente fale. A gente quer dizer, quer que a comunidade seja informada. Eles vieram, é tanto que cercaram aqui [calçada] só está entrando o corpo técnico. Tudo de improviso, no final de semana não foi fácil conseguir defesa Civil, arquiteto, engenheiro para avaliação, então hoje [ontem] é que as coisas estão sendo providenciadas”, diz Carmem Lúcia.

ACERVO

A antiga construção que abriga o Museu Pierre Chalita foi tombada no ano de 2000 junto com outros prédios públicos no chamado Conjunto Arquitetônico dos Martírios. Mas o prédio já vinha sendo utilizado como Museu desde a década de 1980 para abrigar o acervo do pintor e colecionador Pierre Chalita.

O acervo do museu conta com mais de duas mil obras pertencentes à Fundação. São pinturas, imagens sacras, objetos decorativos datados  entre os séculos XVII e XX  tanto do Brasil como de outros países.

DESABAMENTO

O prédio tem três pavimentos, e o desabamento atingiu parte do terceiro pavimento, onde ficavam mobiliários e pinturas. A defesa Civil de Maceió esteve no local ainda no sábado e constatou a necessidade de isolamento no entorno do prédio. O corpo de bombeiros também foi acionado, mas não identificou feridos.