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Sem Terra de AL iniciam Jornada de Luta Unitária em Maceió
Centenas de camponesas e camponeses dos movimentos de luta pela terra de Alagoas iniciaram neste domingo (08) a Jornada de Luta em Defesa da Reforma Agrária. Com acampamento montado na Praça Deodoro, no Centro de Maceió, os Sem Terra deram início a uma série de ações na capital denunciando os ataques do Governo Federal às trabalhadoras e trabalhadores do campo.
Participam da Jornada os Sem Terra organizados na Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento de Luta pela Terra (MLT), Movimento pela Libertação dos Sem Terra (MLST), Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Movimento Unidos pela Terra (MUPT) e Movimento Terra Livre.
Com acampamento montado na frente do Tribunal de Justiça de Alagoas, as camponesas e camponeses realizaram na noite deste domingo (08) uma grande assembleia unitária que deu o pontapé das ações dos dias de luta na capital.
“Essa é nossa primeira luta unitária de 2020, reafirmando nossa unidade na defesa da Reforma Agrária e contra os ataques do governo Bolsonaro ao campo brasileiro”, destacou Débora Nunes, da coordenação nacional do MST.
De acordo com Débora, o histórico do governo de Jair Bolsonaro demonstra grande alinhamento aos interesses do agronegócio. “Estamos vivenciando um governo completamente submisso aos interesses do capital, em especial no que diz respeito as suas políticas para o campo”, explicou. “Paralelo a isso, os trabalhadores e trabalhadoras rurais sofrem com uma série de retrocessos, ataques e ameaças vindas do Governo Federal”.
“O último e significativo ataque de Bolsonaro à Reforma Agrária e a Agricultura Familiar ocorreu no dia 20 de fevereiro, com decreto reduzindo a estrutura do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) e a extinção de diversos programas, a exemplo do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA)”.
Defesa da Reforma Agrária
Segundo Diana Aleixo, da coordenação do MLST, a Jornada Unitária tem o objetivo de dialogar com a sociedade em torno da defesa da Reforma Agrária, além de denunciar o projeto de morte para os camponeses e camponesas pelo governo Bolsonaro.
“Voltamos a tomar as ruas de Maceió em defesa da Reforma Agrária, dialogando com a sociedade a importância e a necessidade de garantirmos políticas públicas para o campo brasileiro, como forma de gerar emprego, renda, além da produção de alimentos saudáveis que chega na mesa de quem vive nas cidades”, pontuou.
Pela vida das mulheres
“Nosso ato está em sintonia com as diversas mobilizações em todo o país da luta protagonizada pelas mulheres do campo e da cidade. Defender a Reforma Agrária é defender a vida das mulheres camponesas”, explicou Diana.
Para a coordenadora do MLST, a Jornada Unitária dará o tom da luta e da resistência das camponesas para o ano de 2020. “Iniciar nossas Jornadas no 8 de março não é só simbologia, é a materialidade do papel e do lugar das mulheres camponesas na luta pela terra e pela Reforma Agrária”.
A agenda de luta segue na manhã desta segunda-feira (09) com ações no Centro da Cidade de Maceió.