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Varejo se adapta para atender demandada durante pandemia e passa a produzir mascaras
Empresários estão investindo na produção de máscaras caseiras feitas de tecido e de roupas de serviços de saúde
Apanhados de surpresa pelas medidas restritivas implementadas no estado para evitar a propagação do novo coronavírus (covid-19), proprietários de micro e pequenas empresas de vestuário em Alagoas estão se reinventando para enfrentar a crise financeira provocada pela quarentena do Covid-19. Com o objetivo de manter os negócios funcionando e gerar renda, empresários estão investindo na produção de máscaras caseiras feitas de tecido e de roupas de serviços de saúde.
Essa foi a estratégia adotada pela sócia da Maneka, em Maceió, Lara Amorim. “Nessa pandemia, nós transformamos a nossa fábrica de moda feminina em uma fábrica de máscaras e de roupas de hospital e roupas para os consultórios odontológicos. Essa foi a forma que nós tivemos de atravessar essa crise, sem demitir, continuando com a fábrica funcionando”, diz.
De acordo com Lara Amorim, dos 15 funcionários contratados pela empresa, oito seguem trabalhando e os demais entraram em férias. “Esperamos que durante esses meses, a gente consiga, com essa produção, manter a nossa equipe e a nossa fábrica funcionando”, diz a empresária, acrescentando que está aproveitando o momento para reestruturar a empresa com novas campanhas, novas estratégias de vendas, pensando não somente no hoje, como também no futuro.
A empresária afirma que a demanda pelo material produzido foi alta nos primeiros dias, acredita ela pelo fato de ter sido uma das primeiras a adotar a medida, mas que agora está mais tranquilo. Lara revela que está tendo algumas ideias, colocadas em prática a cada dia, e que, quando retomar a produção de moda feminina, manterá no catálogo máscaras fashions. “Com certeza, fará parte da nossa roupa, não tenho dúvida”, diz.
Proprietária da Mais Surf, Cristiana Guimarães, está investindo na produção de máscaras personalizadas para tentar sobreviver durante esse período de quarentena. Segundo ela, a ideia surgiu logo depois que o Ministério da Saúde passou a incentivar o uso de máscaras caseiras.
“A gente pensou: então vamos fazer [máscaras] personalizadas porque aí a gente pode entrar em contato já com clientes que a gente tem, que já fazemos peças para eles, de futebol, porque o nosso público maior é o futebol amador. As arenas estão fechadas, então surgiu essa ideia”, conta.
Para divulgar as peças, ela diz que, no primeiro momento, apostou nos grupos de WhatsApp. “A gente fez uns modelos e colocou nos grupos e aí foram sendo divulgadas e depois o pessoal vinha no nosso privado e começava a fazer as encomendas. Coloquei primeiro no grupo do condomínio onde a gente mora, depois eu coloquei no Instagram, já com as logomarcas de alguns clientes que a gente fechou através do WhatsApp e através dos grupos que foram divulgadas. Aí um foi divulgando para o outro e assim foram surgindo os pedidos, atingindo outros clientes que não são os que a gente já trabalhava com relação ao futebol”, relata. De acordo com ela, entre os novos clientes estão construtoras e supermercados.
Além de máscaras personalizadas, a empresária também faz peças de algodão branco, tudo de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde. De acordo com Cristiana Guimarães, as embalagens dos produtos contêm as instruções de uso e a higienização necessárias para que a utilização da máscara seja segura. Ela afirma que, por enquanto, o volume de vendas ainda não é suficiente para sobreviver. “Mas a gente está acreditando. Tem que ter fé, arregaçar as mangas e correr atrás”.
Cristiana Guimarães diz que o Sebrae em Alagoas e o Sindicato das Indústrias do Vestuário, da Confecção de Roupas Íntimas e da Fabricação de Bijuterias e de Joalheria do Estado de Alagoas (Sindivest Alagoas) estão dando uma enorme ajuda, no sentido de orientação, nesse momento de quarentena.
“Num momento em que a gente estava assim meio perdido, dizendo ‘meu Deus, o que a gente vai fazer agora, fechou tudo, o que é que a gente vai fazer? Aí, graças a Deus, a gente é filiada ao sindicato, tem o grupo da moda da qual eu participo, e aí eu conheci a Ana [Paula Dantas – analista da Unidade de Indústria do Sebrae em Alagoas], conheci outras pessoas do Sebrae e estou participando das Lives, sempre que possível, e pegando orientação do pessoal do Senai, conversando através do WhatsApp".
De acordo com Ana Paula Dantas, para ajudar essas empresas a enfrentarem a crise financeira provocada pelo novo coronavírus, o Sebrae em Alagoas está realizando reuniões online, enviando informações sobre o segmento de moda nesse momento de pandemia, compartilhando informações e lives. “Nesse momento difícil, as empresas estão se reinventado, deixando de produzir a moda, que é o produto principal delas, e estão contribuindo nesse momento até de dificuldade de aquisição desse material”, destaca.
Atendimento Remoto Sebrae
Diante do cenário mundial de pandemia, o Sebrae em Alagoas está realizando o atendimento empresarial e orientando o empresário da pequena empresa pelos canais remotos, como o portal sebrae.com.br/alagoas, 0800 570 0800, Telegram t.me/sebraealagoas, WhatsApp (82) 99999-5519, Chat e e-mail fale.sebrae.com.br, Instagram @sebraealagoas, Twitter @sebraealagoas, Facebook /SebraeAlagoas, e Youtube @sebraealagoas.