Municípios
Municípios endurecem regras em feiras livres
AMA lançou uma série de recomendações todas baseadas no decreto para auxiliar as gestões
Preocupados com a saúde da população diante do avanço do Covid-19, vários prefeitos estão endurecendo os decretos municipais que regulam a realização de feiras livres. Desde o início da pandemia, a Associação dos Municípios de Alagoas (AMA) emitiu nota técnica recomendando uma série de cuidados, baseada no decreto governamental.
Os gestores reconhecem o momento difícil na economia e a queda na arrecadação, sabem a importância que elas têm para movimentar o comércio local e abastecer a população. Desde o início atenderam as recomendações voltadas para higiene e distanciamento, mas, mesmo assim, muitos insistem em desrespeitar as normas, exigindo regras mais rígidas.
No primeiro momento, quando os casos ainda não tinham avançado tanto para o interior, a AMA recomendou aos gestores manter 2 metros de distância mínima entre barracas; permitir somente vendas de alimentos de primeira necessidade, como cereais, carnes aves, peixes, frutas e verduras; evitar feirantes oriundos de outros municípios; manter controle de acesso aos mercados e feiras com equipe da vigilância sanitária, além de manter atenção especial às medidas de higiene.
Nas cidades, prefeitas e prefeitos instalaram locais para higienização das mãos, distribuindo sabão, álcool gel e máscaras entre feirantes e população.
Agora, diante do avanço da corona vírus, muitas prefeituras alteraram os decretos municipais endurecendo as regras, amparados pelo decreto governamental, prorrogado para o dia 31 de maio. Cidades como São José da Tapera, Monteirópolis, Carneiros, Olho D’Água das Flores, Estrela de Alagoas, São Sebastião, Cacimbinhas, Ouro Branco, Olho D’Água das Flores e Olho D’Água Grande suspenderam temporariamente. Em São luis do Quitunde, Boca da Mata, Atalaia, Limoeiro de Anadia, Porto Calvo e São José da Lage feirantes de outros Estados e municípios vizinhos estão proibidos de participar da feira. Em Senador Rui Palmeira, apenas feirantes da agricultura familiar da cidade estão com permissão.
“A grande dificuldade tem sido conscientizar a população da necessidade e da importância do isolamento social. Mas, os gestores estão enfrentando e mostrando boas práticas”, afirmou a presidente da AMA, Pauline Pereira.
“É uma situação muito preocupante”, atestou o médico infectologista Fernando Maia. “A gente tem visto que as pessoas nas feiras livres não estão respeitando o isolamento; nem usam máscaras e ainda se aglomeram”, descreveu o profissional, preocupado com o atual estágio da doença em Alagoas. “Estamos no período de maior transmissão da doença, então, agora, mais do que nunca, é importante manter o isolamento. Os casos estão aumentando muito e as pessoas infelizmente não estão respeitando (as normas)”, alertou o infectologista.
A AMA já lançou uma série de recomendações, todas baseadas no decreto para auxiliar as gestões, como: auxílio na organização das filas nas agências bancárias e lotéricas, a orientação de contratação de empresas de ensino à distância e a regulamentação de feiras e enterros. Até hoje, já foram mais de 45 publicações para orientar sobre prevenção, cuidados e ações”, finalizou Pauline Pereira.