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Pesquisadores alagoanos apresentam respirador de baixo custo

protótipo de respirador mecânico de baixo custo que pode ser utilizado em hospitais para socorrer pacientes graves de Covid-19

Por Assessoria 19/06/2020 19h07
Pesquisadores alagoanos apresentam respirador de baixo custo
Divulgação Assessoria, Foto: Reprodução

O início da noite de 17 de junho de 2020 ficou marcado para um grupo independente de pesquisadores em Maceió, capital de Alagoas. Após uma última rodada de testes, eles conseguiram concluir com sucesso o Respiral 2.0, um protótipo de respirador mecânico de baixo custo que pode ser utilizado em hospitais para socorrer pacientes graves de Covid-19. O Projeto Respiral foi iniciado no final de março, em pleno isolamento social imposto pela pandemia, e passou por diversos testes.

A brava equipe que está apresentando o Respiral 2.0 à sociedade e à comunidade científica é composta por Rodrigo Santos, coordenador do projeto e militar de carreira do Exército, que possui conhecimentos nas engenharias Química, Mecânica e da Computação, Matemática, Física e resgate; Thiago Sandes, engenheiro eletricista, empresário e consultor técnico; Cleberson Machado, engenheiro mecatrônico, atuou na Programação Embarcada; Bruno Martinelle, atuou no projeto de Modelagem 3D Estrutural e cursa o 7º período de Engenharia Mecatrônica no Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL), mesma instituição que formou Cleberson.

Bruno e Cleberson entraram no projeto através de outro aluno de Mecatrônica da Unit/AL, Ícaro Santos, do 9º período, que participou da equipe do primeiro protótipo, apresentado em abril. Após Stories no Instagram de Ícaro, ambos quiseram saber mais sobre o Respiral, se voluntariaram para participar e entraram logo nos primeiros dias de pesquisa.

Graduado em 2018, Cleberson viu no Respiral uma forma de aproximar-se de projetos na área médica, um interesse desde a época do curso. Mesmo diante do risco de quebrar o isolamento para estar na rua e em contato com outras pessoas, o jovem engenheiro viu uma possibilidade de ajudar o próximo com seu conhecimento.

Bruno Martinelle enfrentou um desafio à parte para participar do projeto. Não por ainda estar cursando Mecatrônica e, em tese, aprendendo seu caminho no ofício, mas por morar em Boca da Mata, a 80km da capital. Com as aulas presenciais suspensas e a cidade fechada por causa do coronavírus, ele não teria como se deslocar para Maceió e participar da pesquisa. A solução foi mudar-se temporariamente para o ‘quartel general’ e laboratório do Respiral, a casa do sargento Rodrigo.

Como funciona o Respiral

A proposta do Respiral é oferecer uma alternativa de baixo custo aos equipamentos de saúde para o respirador pulmonar, aparelho bastante solicitado para tratar pacientes graves de Covid-19, uma pandemia que, infelizmente, ainda está longe do fim. Ele utiliza acionamento pneumático e válvulas solenoides como princípio de funcionamento para gerar ventilação aos pulmões de forma mecânica.

O equipamento possui sensores de fluxo de ar, de pressão e de volume, com display touch para configuração de parâmetros por parte do profissional de saúde de acordo com as necessidades do paciente.

“Ver o protótipo pronto é uma sensação de dever cumprido. Foram muitos empecilhos que tivemos e nesse momento de pandemia tudo se tornou um pouco mais complexo, porque estava tudo fechado, as pessoas em casa. Mas é o dever cumprido, fizemos nosso melhor. É como se eu tivesse saído para uma operação de resgate e tivesse tido êxito. No dia que o Respiral salvar a primeira vida, acredito que será uma felicidade similar ao nascimento do meu filho, que foi a maior felicidade que tive até hoje”, declarou o Sargento Rodrigo.