Municípios

Presidente da AMA defende que não há condições para retorno das aulas presenciais

Pauline Pereira diz que retomada das atividades não pode ser igual para todos os municípios

Por Ascom AMA 02/09/2020 15h03
Presidente da AMA defende que não há condições para retorno das aulas presenciais
Pauline Pereira / Foto: Reprodução

 A Presidente da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), Pauline Pereira, defendeu que ainda não há condições necessárias para o retorno das aulas presenciais, no mínimo, até outubro. Com base no contexto epidemiológico, a partir dos gráficos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), ainda há um crescimento e permanência alta do coronavírus, que causa a Covid-19, especialmente em casos na faixa etária pediátrica (1 a 4 anos), mas “o raciocínio também se estende para a população de 5 a 14 anos de idade”, disse, nesta terça (1), no programa “Direto da Província”.

A partir da evolução de fases, que seguem as diretrizes estabelecidas pela Matriz de Risco, a preocupação da Associação é a possível evasão escolar por causa da perda de recursos para merenda. Desde março, a AMA discute e orienta com cada gestor à distância – por causa dos protocolos sanitários – sobre os aspectos fundamentais para proteção da saúde das crianças. “Agora estamos em alerta com a distribuição de recursos pelo Governo Federal, porque o que foi destinado para os municípios já foi gasto em apenas um mês, por exemplo. Nós demos prioridade para folha de pagamentos, fornecedores de saúde e também para a despesa com a merenda”, explica Pauline.

Sobre o retorno das aulas presenciais, a Presidente mantém uma agenda de conferências com entidades, secretários da educação e sindicato para avaliação do que será feito nos próximos meses. “É um trabalho inédito na vida de um gestor. Há aspectos que precisam ser discutidos, como a adaptação do transporte escolar, a alimentação segura nas escolas e equipamentos de higiene acessíveis na rede escolar. Os municípios estão solicitando os recursos para uma nova vida”. Pauline alerta que para levar o estudante até a escola, com o transporte público, é necessário que o Estado retorne das férias, já que é o responsável pela frota.

Segundo dados da UNESCO, 100 países ainda não anunciaram uma data para a reabertura das escolas, 65 têm planos de reabertura parcial ou total, enquanto 32 terminarão o ano acadêmico online. No Brasil, alguns estados já liberaram o retorno das aulas presenciais, que irá servir como experiência (e exemplo) para adaptação dos planos aqui em Alagoas. Caso haja a reabertura a partir de setembro, este mês, há uma dúvida de como será feita a distribuição da merenda. A composição é normalmente passada aos municípios em 10 parcelas, de fevereiro a novembro, mas agora há a dificuldade na adaptação do calendário.

Na live, a Presidente da AMA comemorou a aprovação do Fundeb Permanente com decisão unânime no Congresso. “Os municípios já estavam arcando com as folhas de pagamento em 100% com o recurso recebido pelo Fundeb, que é uma valorização profissional, já que ele foi discutido por várias entidades e autoridades. Estamos satisfeitos com a construção do novo Fundeb. 2021 parece ser um ano de crise, mas o Governo do Estado está fazendo um trabalho importante com o aumento do ICMS, de cerca de 10%, o que gera recursos para os municípios”, disse.

“A retomada das atividades não pode ser linear, não pode ser igual para todos os municípios, cada gestor precisa avaliar a condição do seu retorno. É pensar no presente e no que pode acontecer no futuro”. A Presidente da AMA também respondeu perguntas sobre o pacto federativo, a prorrogação do auxílio emergencial, arrecadação dos municípios a partir de 2021 e, por fim, o processo eleitoral durante a pandemia.