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Casos de queimaduras com líquidos quentes aumentam 41% no HEA
Com o isolamento social em decorrência da pandemia da Covid-19, o registro de acidentes domésticos tem aumentado
Um levantamento feito com as estatísticas de atendimento do Hospital de Emergência do Agreste (HEA) aponta que, de janeiro até a primeira semana de setembro de 2019, o hospital recebeu 256 pacientes, sendo 112 por conta de ferimentos provocados por líquidos quentes. Este ano, o maior hospital público do interior de Alagoas atendeu 344 pacientes com queimaduras.
Desse total, 158 pessoas sofreram queimaduras devido ao contato com líquidos quentes, o que representa um aumento da ordem de 41% em relação ao mesmo período do ano anterior. As estatísticas mostram também que as vítimas de queimaduras provocadas por chamas figuram em segundo lugar, seguidas de pessoas que sofreram ferimentos em contato com substância química.
O cirurgião-plástico Luís Carlos Tavares diz que o aumento ocorreu durante o período do isolamento social, devido à pandemia da Covid-19. “As pessoas estão fazendo mais atividades domésticas, como cozinhar e outras ocupações em suas residências. Esse número expressivo de acidentes atinge adultos e crianças”, explica.
Ainda de acordo com o médico do HE do Agreste, as crianças são mais acometidas por conta da curiosidade. “Elas aprendem a andar, puxam os panos das mesas e os cabos de panelas e cafeteiras que derramam o líquido sobre elas”, esclarece o cirurgião-plástico Luís Carlos Tavares.
Cuidados
No caso das queimaduras em adultos, o médico salienta que os acidentes acontecem devido à frequência de vezes na cozinha ou pelo fato de não terem tanta perícia no manuseio dos utensílios domésticos.
“Além do manuseio incorreto de reservatórios com líquidos quentes, as pessoas devem ter mais cuidados no contato de recipientes com álcool e outras substâncias químicas nas residências”, acrescenta o cirurgião-plástico do HE do Agreste.
O especialista faz um alerta e não recomenda o uso de pastas de dente e café na área da sequela do ferimento, o que, segundo ele, pode ocasionar inflamações mais graves no local da queimadura.
Luís Carlos Tavares diz que, inicialmente, as pessoas devem fazer compressas de água fria na área da queimadura e depois procurarem ajuda profissional ou a unidade de saúde mais próxima.