Municípios

Moradores do Pinheiro criticam acordo de Gaspar com Braskem

Grupo SOS Pinheiro pretende entregar um documento ao presidente em que pede freios à petroquímica

Por Gazetaweb 05/11/2020 11h11
Moradores do Pinheiro criticam acordo de Gaspar com Braskem
Foto: Ailton Cruz

Integrantes do Movimento SOS Pinheiro aproveitaram a agenda presidencial no município de Piranhas, no Sertão de Alagoas, nesta quinta-feira (5), para tentar entregar um documento pessoalmente a Jair Bolsonaro (sem partido) em que pedem uma intervenção do Governo Federal no sentido de brecar a intenção da Braskem em explorar a mineração na Região Norte do Estado e agilizar o pagamento das indenizações.

O grupo também criticou o acordo firmado entre o então procurador-geral de Justiça e atual candidato a prefeito de Maceió - apoiado por Renan Filho (MDB) e Rui Palmeira (sem partido) - Alfredo Gaspar de Mendonça (MDB), e a petroquímica, para compensação das perdas causadas pela exploração de sal-gema. 

Segundo eles, o acordo foi firmado na calada da noite, sem ouvir as partes, além de deixar os moradores à mercê das decisões a serem tomadas pela multinacional, sem previsão de uma data específica ou provável para recebimento do valor do bem afetado pela atividade de mineração. Além disso, comentam que o termo universaliza as situações.

"O termo de acordo capitaneado pelo Alfredo Gaspar foi assinado sem um diálogo com os moradores. Foi firmado em quatro folhas de uma maneira que impede a população de contestar. O morador entrega a chave do imóvel para a Braskem e fica sem a expectativa de data para receber o dinheiro. O acordo acabou generalizando tudo, mas não é possível generalizar mais de 55 mil famílias. Por exemplo, quem tem um salão de beleza na área vai conseguir manter o negócio em outro bairro?", avalia Geraldo Neto, representante do Movimento.

O diretor administrativo do SOS Pinheiro, Rafael Rodrigues, afirmou que a conversa com Bolsonaro, caso aconteça, representa mais uma tentativa para frear as ações da Braskem em Alagoas. 

"Já estivemos em Brasília e, agora, vamos conversar com o presidente para evitar que a empresa explore a Região Norte e agilize as indenizações", ressalta. Desta vez, o grupo se articulou com o deputado estadual Cabo Bebeto (PSC) para intermediar um contato direto com o presidente da República. O parlamentar é o representante escolhido pela família Bolsonaro para articular, em Alagoas, o processo de formação do partido Aliança pelo Brasil.

A Gazetaweb espera um posicionamento do candidato Alfredo Gaspar sobre as críticas feitas pelos moradores.