Municípios
Greve: rodoviários dão trégua, mas indicativo está mantido
Uma nova audiência no dia 10 de fevereiro deve decidir os rumos da paralisação do transporte público na capital
O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários (Sinttro/AL) decidiram adiar a paralisação na cidade de Maceió após a audiência realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), na terça-feira (02). Uma nova audiência será realizada no dia 10 e, caso não seja favorável, a greve estará mantida.
O encontro virtual contou com a presença do Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Sinturb/MAC) e representantes da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT).
Durante as tratativas, o procurador do MPT Luiz Felipe dos Anjos defendeu que as empresas de ônibus mantenham o pagamento do auxílio alimentação e do plano de saúde dos rodoviários – ao invés de retirá-los - até o Município de Maceió concluir, dentro dos próximos 45 dias – um estudo técnico que está sendo realizado para se buscar o equilíbrio do sistema de transporte. Até o término desse prazo, as partes continuariam buscando uma solução definitiva para o impasse.
Os empresários reafirmaram que não possuem caixa para conseguir pagar os benefícios pedidos pelos trabalhadores. De acordo com o presidente do Sinttro, Sandro Régis, avisou que a greve está sim mantida. "Se as empresas não conseguirem pagar e a Prefeitura não subsidiar, a greve é certa. As empresas comprovaram que não conseguem fechar as contas. É preciso ter um equilíbrio financeiro", explicou Régis.
A Prefeitura informou que vem subsidiando as empresas, desde dezembro de 2020, a partir de mecanismos de compensação do ISS. Os representantes do município informaram que é inviável conceder qualquer outro subsídio ao setor de transporte no momento, mas explicaram que, por meio do decreto de resolução da tarifa de ônibus, estão sendo estudadas novas alternativas para a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro dos contratos com as empresas.
Passagem mais barata
O presidente do Sinttro defendeu que este não é o pleito do sindicato, mas a discussão da redução da tarifa está sendo um ponto-chave nas negociações. "Durante todo estado de calamidade, as empresas estavam pagando os benefícios, que acabou no dia 31 de dezembro (2020). E as empresas foram surpreendidas com a redução da tarifa. Esse não é nosso pleito, mas infelizmente está sendo levado para a mesa de negociação. Porque o sistema precisa ter um equilíbrio financeiro e não pode sobrar nem para os trabalhadores nem para a população", ressaltou.
Ele contou ainda que os rodoviários já estão sentindo as mudanças que o novo valor da tarifa trouxe para Maceió. "Tenho ouvido da população que não era para ter baixado a tarifa e, sim, ter aumentado o número de ônibus na cidade, ter um transporte de qualidade. Hoje as empresas diminuem o número de ônibus circulando. É um reflexo", atentou Sandro Régis.