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Em plena pandemia, Maceió vive crise no atendimento de pacientes com Covid

Por Redação com Jornal de Alagoas 17/03/2021 16h04
Em plena pandemia, Maceió vive crise no atendimento de pacientes com Covid

O Brasil vive hoje o pior cenário da pandemia do novo coronavírus. Com variantes circulando em todo país e a média de óbitos aumentando diariamente, a situação é cada dia mais preocupante. Para quem vive de perto essa realidade aterradora, dentro das unidades de saúde, o momento não poderia ser pior. Mas em Alagoas está sendo. Toda equipe que compõe as Unidades de Referência para quadros de Síndrome Gripal na capital está sem receber os salários pela Prefeitura de Maceió.

Ao todo, a capital conta com quatro unidades deste tipo, que são os locais de referência para que os maceioenses procurem atendimentos nos primeiros sinais de Covid-19. As Unidades Sentinelas funcionam todos os dias, das 7h às 19h, e são o primeiro local para que os pacientes possam ser diagnosticados. Diariamente, são realizados uma média de 470 atendimentos no dia. Mas desde a terça-feira (16), tudo isso mudou. Das quatro unidades, três estavam vazias na manhã desta quarta (17). 

A equipe decidiu cruzar os braços até receber os salários atrasados, que foram prometidos para 10 de março. Médicos, enfermeiros, fármacos, técnicos de enfermagem e equipe do administrativo estão todos sem receber. "Estamos cansados e estamos todos no mesmo barco. Aguardamos o Município de posicionar, mas ainda sem resposta conclusiva. Só disseram que existe um rombo da gestão anterior. Dizem que a folha já foi lançada, mas até agora nada", lamenta uma profissional da saúde do Município que não quis se identificar.

Os atendimentos de pacientes graves que chegam às unidades continuam, mas os casos mais simples estão sendo encaminhados para as UPAs distribuídas na capital. "A gente continua trabalhando porque sabe que isso precisa ser feito. A rede hospitalar está cheia e estamos recebendo casos assustadores. Agora tem sido pior, o momento é complicado", desabafa a funcionária e explica que o fluxo na busca por atendimento aumentou e muitos idosos estão procurando as Unidades Sentinelas. 

Basta olhar os boletins divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde para perceber que os casos de Covid-19 em Maceió estão evoluindo. Mas para quem busca as unidades, a realidade tem sido desoladora. Quem deixa de conseguir o primeiro atendimento médico nessas unidades pode ter sua doença agravada e acabar precisando de um leito de tratamento intensivo. A taxa de ocupação de leitos de UTI na capital já chegou a 91%, de acordo com boletim de terça (16). 

A equipe do Jornal de Alagoas entrou em contato com a Prefeitura de Maceió para saber se há prazo para o pagamento da equipe de saúde ser realizado e quando o atendimento nas unidades sentinelas será normalizado.

Em nota, a Secretária Municipal de Saúde (SMS) informou que "está sendo realizada uma auditoria detalhada em todos os contratos da pasta, diante da situação em que as finanças do município foram encontradas. Reforçando o compromisso da gestão com os maceioenses, a SMS informa que os pagamentos dos servidores contratados, lotados nas Unidades de Referência em Síndromes Gripais do município, já estão em processamento e a situação será normalizada com a maior brevidade". 


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