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Nível do Rio Mundaú sobe e União dos Palmares tem alto risco de enchente

De acordo com os dados do monitoramento, o nível subiu e deve atingir a cota de alerta de 3,50 metros na cidade

Por Redação com Ascom CPRM 15/04/2021 14h02
Nível do Rio Mundaú sobe e União dos Palmares tem alto risco de enchente
Foto: Defesa Civil de União dos Palmares

De acordo com o Serviço Geológico do Brasil, o nível do rio Mundaú subiu mais de 1,80m nas últimas 12 horas. Elevação se deve ao volume de chuva, com registro de mais de 60mm entre ontem e hoje em algumas cidades da Bacia do Mundaú

O Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) atualizou na manhã desta quinta-feira, (15), as informações do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) da Bacia do Rio Mundaú, que entrou em operação no último final de semana. De acordo com os dados do monitoramento, o nível subiu e deve atingir a cota de alerta de 3,50 metros na cidade de União dos Palmares, em Alagoas. A elevação do nível se deve ao expressivo volume de precipitações registrado nas últimas 24 horas. Em algumas cidades cobertas pela Bacia, como Murici e Santana do Mundaú, choveu mais de 60 milímetros. Em União, o volume chegou a 41,1mm de chuva, segundo informações da Defesa Civil Municipal. 

Pesquisadora do Serviço Geológico do Brasil, a engenheira hidróloga Keyla Almeida dos Santos explica que a operação do SAH do Mundaú está em estado de atenção devido à previsão do rio atingir a cota de alerta, que representa grande risco de ocorrer uma enchente. “Na noite de ontem (14) em União dos Palmares, às 21h45, a cota do rio estava em aproximadamente 1,40m. Já na manhã de hoje, às 09h, registramos uma cota de 3,26m. Ou seja, subiu mais de 1,80m nas últimas 12h. Esse volume é próximo à cota de alerta, de 3,50 metros, portanto as autoridades locais foram alertadas sobre a situação da Bacia”, detalhou a pesquisadora. 

A operação do SAH do Mundaú é realizada em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), a Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH-AL) e a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC-PE), com início no último dia 10 de abril e previsão de conclusão em 16 de agosto. Lançado em 2017, o monitoramento acompanha oito estações de coletas de dados hidrometeorológicos instaladas na Bacia do rio Mundaú. Embora haja o acompanhamento em todos estes pontos, o Sistema vai alertar, sobretudo, os municípios de Murici e União dos Palmares, onde a Bacia apresenta pontos mais críticos. No período chuvoso, é nessas cidades onde o nível do rio tem elevação mais célere.  

Entenda o monitoramento

O monitoramento consiste na coleta de dados, armazenamento e atualização dos dados coletados, análise, elaboração da previsão hidrológica e transmissão das informações. Com o início da operação do Sistema de Alerta, o SGB-CPRM passa a transmitir semanalmente para a SEMARH-AL, Defesa Civil e prefeituras dos municípios da bacia do Mundaú um boletim contendo os níveis dos rios registrados nas estações. Também são informadas a cota de alerta e de inundação de algumas estações da bacia, além da previsão de cotas e boletins extraordinários, assim que o sistema atingir a cota de alerta nas estações de monitoramento. 

A cota de alerta significa que foi atingido o nível do rio no qual a frequência de obtenção dos dados deve ser maior, pois o risco de acontecer uma enchente é grande. Neste caso, o monitoramento passa a ser mais intenso, e a orientação é que o próprio município passe a observar os níveis nas réguas localizadas nas estações fluviométricas. Já a cota de inundação significa que o ponto mais baixo da cidade começa a ser inundado. 

Quando atingidas as cotas de alerta, os órgãos competentes serão avisados sobre a situação e passarão a receber boletins com maior frequência, contendo a previsão se a cota de inundação será ou não ultrapassada. O município de União dos Palmares deve acompanhar a evolução do nível do rio na estação de União dos Palmares, e a cidade de Murici fica responsável pelo monitoramento do nível do rio na estação de Murici Ponte.