Municípios
Entidades se posicionam contra regulamentação de táxi-lotação
Carta aberta à Prefeitura lista possíveis prejuízos causados pelo serviço
A decisão da Prefeitura de Maceió de regulamentar o serviço de táxi-lotação para realizar transporte público de passageiros na capital alagoana gerou reação de entidades nacionais do transporte, que protocolaram carta aberta ao Município se posicionando contrárias à regulamentação. A informação foi divulgada nesta terça-feira (8).
Desde o dia 10 de maio, os taxistas permissionários convencionais ou de turismo de Maceió podem pedir para migrar para a categoria Táxi Especial, como foi classificado o serviço na cidade. A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) diz que a medida foi tomada para organizar a prestação do serviço desses profissionais e garantir a atuação deles dentro da legalidade.
A Confederação Nacional do Transporte (CNT), a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) e a Federação das Empresas de Transportes de Passageiros dos Estados de Alagoas e Sergipe (Fetralse) criticaram a decisão.
No documento, direcionado à Prefeitura de Maceió, as entidades listam uma série de possíveis prejuízos gerados pela medida. Entre eles a não gratuidade do transporte para idosos e pessoas com deficiências, além do risco de contágio pela Covid-19 pela falta de fiscalização nesses transportes.
Presidente da Fetralse, Alberto Almeida alertou para os impactos que a regularização possa causar.
"A possibilidade de se criar táxi-lotação, ou qualquer outro que venha a competir com o setor regular de transporte público, vai gerar muito mais dificuldades e problemas para o setor de transporte. É preciso estudar o impacto desse tipo de movimentação. O transporte público regular precisa ser preservado para que continue prestando o melhor serviço para a população", afirma Almeida.
Em trecho do documento, as entidades citam que a regulamentação dos táxis-lotação podem gerar evasão do transporte público. “O novo serviço por certo provocará a redução do número de usuários do sistema ônibus, principalmente nas viagens de curta distância que respondem pelo equilíbrio do sistema”.
As entidades mostram preocupação também com o público que hoje usufrui da gratuidade nos transportes.
"A regulamentação do táxi-lotação não contempla o aspecto social do transporte público, por não assegurar gratuidades aos idosos, aos portadores de necessidades especiais e aos estudantes, diferentemente dos ônibus. A modalidade ainda afeta gravemente a mobilidade urbana ao pôr em circulação mais carros de pequeno porte, aumentando congestionamentos e prejudicando a qualidade de vida da população, sem falar nos riscos à saúde durante a pandemia de Covid-19, por não haver fiscalização que garanta a sanitização diária dos veículos", diz outro trecho da carta.