Municípios

Relatório da ANP aponta risco de explosão em polo petrolífero em Alagoas

Duas estações de produção de petróleo e gás natural em São Miguel dos Campos foram interditadas

Por Redação 25/06/2024 07h07
Relatório da ANP aponta risco de explosão em polo petrolífero em Alagoas
. - Foto: Reprodução

Após constação de risco elevado de vazamentos com possibilidade de incêndios e explosões, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), interditou as operações em duas estações de produção de petróleo e gás natural, localizadas no município de São Miguel dos Campos no interior do estado.

A interdição  visa evitar a repetição da tragédia de 2008, que aconteceu no mesmo local, quando quatro operários morreram em uma explosão.

A interdição não compromete o abastecimento em Alagoas e,  compreende as estações do Pilar e Furado. 

O relatório  da Agência diz que na fiscalização feita no Polo Alagoas, entre os dias 10 e 14 de junho, pela Superintendência de Segurança Operacional da ANP, “foram constatados desvios críticos, que são situações de risco grave iminente para a vida humana e para o meio ambiente”.

Segundo  nota divulgada pela agência, “o cenário está relacionado à incapacidade de resposta à emergência por parte do operador para cenários de grandes emergências (estações do Pilar e Furado); mudanças realizadas sem a devida gestão de mudança e/ou sem análise dos riscos e impacto global das operações; ausência de verificação adequada de aderência dos dispositivos de alívios dos tanques de armazenagem; falha crítica na gestão de integridade das tubulações; e falha nas barreiras dos cenários críticos de gás blow by, os quais trazem consequências catastróficas para pessoas e meio ambiente”.

A ANP diz ainda que o Plano Operacional de Resposta, o qual é definido para cada instalação, “não condiz com a configuração e layout da planta, havendo impacto significativo nas estratégias de resposta à emergência. Também não está previsto o adequado resfriamento de tanques adjacentes em caso de incêndio. Com isso a resposta à emergência se torna ineficaz, dada a altíssima possibilidade de acidente com propagação de incêndio para os tanques adjacentes”.

Conforme diz  o documento, o Plano de Resposta a Emergência não contempla a necessidade do acionamento de alarmes sonoros de emergência no caso de acidentes nas instalações. “Com isso, em caso de emergência, os colaboradores não são alertados”, prossegue. Segundo a ANP, alarmes de emergência cumprem um papel importante na resposta a uma emergência, sendo necessários para garantir o alerta e escape seguro das pessoas para os pontos de encontro e abandono da área de risco. “Ao nem sequer prever o acionamento do alarme, o operador coloca em risco a vida dos colaboradores em uma resposta a emergência”, destacou o relatório.

Em nota, a empresa destaca que foi a primeira a passar por essa fiscalização, com base na Nota Técnica emitida pela Superintendência de Segurança Operacional (SSO) em 01 de novembro de 2023.

“Ao final da fiscalização, em 14 de junho de 2024, a Origem Energia Alagoas recebeu alguns apontamentos para adaptações em certos programas de segurança operacional. A Companhia informa que está assegurado o abastecimento de gás do Estado de Alagoas e que vem trabalhando de maneira diligente para o envio da documentação e evidências de procedimentos solicitados”, ressaltou.

A empresa garantiu que o foco está no cumprimento de todas as exigências documentais para o pronto restabelecimento da totalidade das operações no Polo Alagoas.

*Com informações Gazeta Web