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Professor da Ufal confirma que morte de arraias em Maragogi não foi causada por pesca predatória

Ambientalista contraria Secretaria de Meio Ambiente de Maragogi e reforça necessidade de exames para investigar incidente

Por Malu Arruda e Natália Brasileiro* 21/03/2025 15h03 - Atualizado em 21/03/2025 16h04
Professor da Ufal confirma que morte de arraias em Maragogi não foi causada por pesca predatória
Imagem retirada de vídeo - Foto: Reprodução

O professor de Engenharia de Pesca e Biologia da Ufal, Cláudio Sampaio, confirmou ao Jornal de Alagoas que a causa da morte das arraias que apareceram nas areias de uma praia de Maragogi, na manhã dessa sexta-feira (21), não se deu por captura em redes, ou pesca predatória.

"No vídeo é possível contar aproximadamente 50 arraias, quase todas adultas, mortas na praia, mas sem sinais de capturas em redes, que geralmente deixam marcas no corpo das arraias" destaca Sampaio.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram ao menos, segundo o professor, 50 animais mortos ao longo de uma faixa de areia, e não 15 como afirmado pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) de Maragogi, que emitiu uma nota sobre a a aparição dos animais.

Ainda de acordo com o professor, é necessário um exame para declarar o motivo das mortes das arraias. Para Sampaio, no vídeo as mortes parecem ser recentes por não terem sem sinais de decomposição ou ação de urubus e siris.

Em nota, o Secretário de meio ambiente e Recursos Hídricos de Maragogi, Hévine Cláudio, confirma que os animais não chegaram a costa devido à uma limpeza de redes, mas sim trazidos pela maré junto com o sargaço.

Confira nota completa da Semarh de Maragogi:


Recebemos relatos sobre a aparição de aproximadamente 15 arraias da espécie conhecida como “boca de gaveta” na praia, em uma área próxima a São Bento. Após conversarmos com moradores locais, foi confirmado que os animais não chegaram à costa devido a uma limpeza de redes, mas sim trazidos pela maré junto com o sargaço.

Fenômenos semelhantes já foram registrados na região, inclusive no mesmo período do ano passado, quando cerca de 10 arraias apareceram na mesma área. Ainda não é possível determinar com certeza a causa desse evento, mas fatores ambientais, como correntes marinhas, temperatura da água e aumento da presença de sargaço, podem influenciar esse tipo de ocorrência.

Até o momento, não há indícios concretos de crime ambiental. Para qualquer afirmação nesse sentido, seria necessário um estudo mais aprofundado sobre as condições em que essas arraias chegaram à praia. Seguimos acompanhando a situação e reforçamos a importância de evitar o contato direto com os animais, respeitando a vida marinha e contribuindo para a conservação dos ecossistemas costeiros.

Atenciosamente,
Hévine Cláudio
Sec. de meio ambiente e Recursos Hídricos de Maragogi

*Estagiárias sob supervisão