O jornalista Edivaldo Junior publicou, nesta sexta-feira (26), em seu blog um questionamento sobre o plano do governo de distanciamento controlado que estipula a abertura de bares antes das escolas alagoanas.

Texto na Integra: 

Em Alagoas, tal qual São Paulo, o plano de o Decreto Nº 70.145, de 22 De Junho de 2020, institui o “Plano De Distanciamento Social Controlado”, com cinco etapas para retomada das atividades que estão suspensas no Estado em função da pandemia do novo coronavírus.

A partir de uma “matriz de risco que orientará a evolução/involução de fases”, o governo estipulou cinco fases. A atual, do jeito que está, é a vermelha. Na próxima, a laranja, devem ser reaberto, além do que já está funcionando, lojas até 400m2, igrejas, salões de beleza e barbearias

Na fase amarela, que deve entrar em vigor, se tudo correr como planejado, em 15 de julho, passam a funcionar shoppings centers e estabelecimentos congêneres; bares e restaurantes, funcionando com 50% (cinquenta por cento) de sua capacidade; e Transporte Intermunicipal e Turístico, funcionando com 50% (cinquenta por cento) de sua capacidade.

Na fase azul, que entraria em vigor no final de julho ou início de agosto, além da ampliação das outras atividades já autorizadas, passam a funcionar academias, clubes e centro de ginástica, funcionando com 50% (cinquenta por cento) de sua capacidade.

Somente na última fase, a verde, que deve ser implantada entre o final de agosto e início de setembro, é que o governo de Alagoas prevê a volta presencial de servidores públicos e das aulas presenciais.

A medida tem forte impacto no isolamento social. Afinal, são mais de 20 mil servidores que estão em regime de ponto facultativo somente na rede estadual e mais de 940 mil alunos que estão fora das salas de aula.

Em Alagoas, segundo o Censo Escolar de 2018, existiam 3.060 escolas, sendo 2.481 da rede pública.

O que dizer a esses alunos? Que terão que esperar mais dois meses sem aulas, enquanto shoppings, bares e restaurantes são reabertos?

E aos pais deles, aos que já estão trabalhando ou aos que terão que voltar trabalhar antes do retorno das aulas? Alguém perguntou com quem eles vão deixar as crianças?

Somente em creches eram 47,mil crianças matriculadas em 2018, além de outras 81,6 mil matrículas em pré-escolas e 272,8 mil nos anos iniciais. E, detalhe importante, cerca de 80% dessas matrículas eram em escolas públicas. Ou seja, de pessoas que certamente não terão como pagar alguém para ficar com seus filhos enquanto irão para o trabalho.