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Eduardo Cunha demite chefe de TI da Câmara

O presidente da Câmara diz que a demissão aconteceu porque a área não cumpria as 40 horas semanais de trabalho

Por Época 29/04/2015 09h09
Eduardo Cunha demite chefe de TI da Câmara

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), demitiu nesta terça-feira (28) o diretor do Centro de Informática da Câmara, Luiz Antonio Souza da Eira. Cunha afirmou que a demissão ocorreu porque os funcionários de TI da Casa não estavam respeitando a carga horária de 40 horas semanais. “Demiti porque a área de TI não está cumprindo a carga horária de toda a Casa, de 40 horas semanais. Ele quebrou minha confiança”, disse Cunha, segundo o portal G1.

A demissão acontece no mesmo dia em que a Folha de S. Paulo publicou uma denúncia envolvendo o nome de Eduardo Cunha em arquivos de computador relacionados com a Operação Lava Jato.

Segundo o doleiro Alberto Youssef, um dos delatores do esquema de corrupção em estatais, a ex-deputada Solange de Almeida (PMDB-RJ) fez dois requerimentos pedindo informações ao Tribunal de Contas da União (TCU) e ao Ministério de Minas e Energia (MME) sobre contratos da empresa Mitsui com a Petrobras. De acordo com Youssef, os requerimentos eram na verdade uma forma de intimidar a Mitsui, forçando-a a pagar propina.

A Folha identificou que o nome "dep. Eduardo Cunha" consta como autor dos arquivos de computador que produziram os dois requerimentos sob suspeita. Confrontado sobre o fato, Cunha disse que não produziu os requerimentos e que, provavelmente, o computador de seu gabinete foi usado pela então deputada ou por um assessor dela.

Eduardo Cunha nega qualquer relação com os requerimentos e diz que a demissão desta terça não tem ligação com o caso.

Após a publicação da reportagem da Folha, Cunha levantou suspeita de fraude para que o documento aparecesse relacionado a seu nome.

"Estranhamente na semana passada eu determinei uma mudança na carga horária da área de TI. Essa mudança de carga horária provocou uma revolta.

O pessoal não estava cumprindo a carga horária. Eu determinei o ponto eletrônico, a mudança da carga horária na quinta-feira e, de repente, 24 horas, 48 horas depois, aparece um documento Word. Então, essas coisas têm de ser investigadas", disse em reportagem da Folha.