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Após acordo fracassado, ministro da Defesa faz apelo aos PMs grevistas do ES
O ministro da Defesa, Raul Jungmann, fez neste sábado (11) um apelo para que os policiais militares do Espírito Santo encerrem a greve que chega ao oitavo dia. "Fazemos um apelo a todos os bons policiais que honrem suas fardas, que honrem seu juramento e que venham para as ruas para defender o povo", afirmou em pronunciamento feito no 38º Batalhão de Infantaria do Exército, em Vila Velha, na região metropolitana de Vitória.
O pronunciamento fora anunciado como entrevista coletiva, mas o ministro se recusou a responder perguntas dos jornalistas. Jungmann disse que a região metropolitana começou a voltar à normalidade, com parte do sistema de transporte e das lojas funcionando, mas admitiu que o retorno dos PMs ao trabalho continua pendente.
Na noite de sexta-feira (11), o governo do Espírito Santo havia anunciado um acordo com associações que representam os policiais. O acordo previa a volta ao trabalho até as 7h de hoje, sem punições aos grevistas.
Os policiais militares, no entanto, mantiveram a paralisação. O ministro disse que o cabe ao governo estadual conduzir as negociações com os policiais. "Cabe ao governo do estado a coordenação das ações. Vamos dar apoio às decisões do governo do Estado."
O governador em exercício, Cesar Colnago, fez um rápido pronunciamento antes do ministro. Ele agradeceu o apoio do governo federal e disse que fará o necessário para resolver o problema da greve. Colnago e Jungmann têm uma reunião hoje.
Jungmann reconheceu que as reivindicações salariais dos policiais capixabas são justas, mas disse que a corporação tem o dever de proteger a sociedade. A greve levou a um aumento da criminalidade no Estado.
O ministro também afirmou que 3.130 homens da Força Nacional e das Forças Armadas foram enviados ao Espírito Santo, o que, segundo ele, proporcionaria um policiamento maior do que em dias normais. Ainda de acordo com Jungamann, as tropas ficarão no Estado pelo tempo necessário.
Os policiais que não retomaram as atividades estão sujeitos a indiciamento pelo crime militar de revolta, que leva a expulsão do militar e prevê pena de 8 a 20 anos de prisão. Setecentos e três policiais foram indiciados por revolta até ontem.