Nacional
Ministro do STJ, o alagoano Humberto Martins será delatado na Lava Jato
Delação de Léo Pinheiro também envolve outros integrantes do Poder Judiciário e um filho do ministro alagoano
Em reportagem publicada no último fina de semana, A Folha de São Paulo, traz a informação de que a Lava Jato vai chegar, enfim, ao Poder Judiciário. Segundo o jornal, a delação de Leo Pinheiro, ex-presidente da OAS, envolve integrantes do judiciário, inclusive o ministro do STJ Humberto Martins.
O ministro do STJ é alagoano e tem laços de amizade com políticos, empresários e outros “expoentes” da sociedade alagoana.
A reportagem revela que no caso de Humberto Martins, executivos da OAS afirmam que o dinheiro foi repassado através do filho dele, Eduardo Filipe, que também teria se um dos beneficiados. Advogado, com escritório em Brasília, Eduardo e Humberto negam as acusações.
Leia a reportagem:
Empreiteira OAS pretende delatar dois ministros do Superior Tribunal de Justiça
Os ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Humberto Martins, atual vice-presidente da corte, e Benedito Gonçalves foram citados nas negociações de delação premiada da OAS com procuradores da Lava Jato.
Pessoas ligadas às tratativas relataram à Folha que eles são apontados como beneficiários de recursos por atuação no tribunal favorecendo a empreiteira.
No caso de Martins, os executivos afirmam que o dinheiro foi repassado por meio de seu filho Eduardo Filipe, que também teria se beneficiado. Advogado, ele tem escritório em Brasília e atua em causas junto ao STJ.
Já Gonçalves apareceu em um relatório da Polícia Federal devido à proximidade com Léo Pinheiro, sócio da OAS preso em Curitiba e que tenta firmar acordo de delação.
Segundo envolvidos nas conversas com procuradores em Brasília e de Curitiba, o número de delatores ligados à empreiteira pode chegar a 50, marca próxima à da Odebrecht, que firmou 77 acordos de delação com a Justiça.
Se a negociação prosperar, a OAS será a primeira empresa a abrir uma frente de investigação com foco no Judiciário, tema que há tempos é de interesse dos procuradores.
A Lava Jato interceptou troca de mensagens do celular de Léo Pinheiro em 2014 em que ele pergunta ao ministro Benedito Gonçalves se iria ao aniversário do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli. Na conversa, também marcaram encontro no Rio de Janeiro.
O relatório de análise das mensagens feito pela PF diz que "Léo Pinheiro mantinha contatos frequentes com o ministro Benedito Gonçalves, a ponto de o mesmo solicitar atendimento para seu filho, tendo Léo Pinheiro escalado para tal tarefa o advogado da OAS, Bruno Brasil".
OUTRO LADO
O ministro e vice-presidente do STJ Humberto Martins disse, por meio da assessoria de imprensa do tribunal, que "não tem relacionamento pessoal ou profissional com funcionários da OAS".
A nota afirma que "o ministro já se declarou impedido de julgar os processos em que parentes de até terceiro grau atuem como advogados das partes, de acordo com o estabelecido pela lei".
A assessoria do STJ informou que o ministro Benedito Gonçalves não foi localizado para comentar o assunto. A Folha voltou a procurar a corte no domingo para informar sobre a publicação da reportagem, mas a assessoria disse que não o localizou.
A assessoria do advogado Eduardo Filipe Martins, filho do vice-presidente do STJ, disse que ele "nunca advogou para a OAS nem mantém relacionamento pessoal com funcionários desta empresa".
Leia aqui, na íntegra: