Nacional
130 anos após Lei Áurea, negros ganham quase 50% a menos que brancos
Números fazem parte de Pnad do IBGE
As desigualdades históricas entre negros e brancos no Brasil estão indicadas em um números de um levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), do IBGE. O estudo, divulgado nos 130 anos da abolição da escravatura, completados neste domingo (13), mostra que o salário médio dos pretos e os pardos, segundo classifica o IBGE, chega a R$ 1.500. A média mensal de rendimentos de brancos no mesmo período, o 4º trimestre de 2017, é quase o dobro: R$ 2.697.
Conforme dados do IBGE publicados pelo G1, a parcela de trabalhadores negros ganha cerca de R$ 1,2 mil a menos que a dos brancos. São também os pretos e pardos os que menos têm carteira assinada 21,8%, enquanto o número de brancos chega a 14,7%.
Um dos motivos apontados por especialistas é o menor acesso a estudos. Enquanto 22, 2% dos brancos com mais de 25 anos frequentaram faculdade, apenas 8,8% da população negra ingressou no ensino superior. "A falta de acesso à educação vai remeter à entrada em postos de trabalho de baixa qualidade e à dificuldade de se inserir no mercado de trabalho", opinou Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, ao G1.