Nacional
Morte de cacique no Amapá: Senadores cobram ação de autoridades
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, está acompanhando as investigações
A notícia de um possível conflito entre garimpeiros e indígenas no sábado (27), no oeste do Amapá, repercutiu entre os senadores. O cacique Emyra Waiãpi foi encontrado morto, e as lideranças locais afirmam ter se tratado de um assassinato. O Exército, a Polícia Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) estão na região investigando o caso, em parceria com a Polícia Militar do estado e o Ministério Público.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, encontra-se no Amapá e está em contato com as autoridades para acompanhar as investigações. “Os esforços devem ser concentrados em garantir a segurança e o direito dos povos indígenas, que sempre viveram nessa região”, afirmou.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acompanha a situação e chegou a gravar um vídeo, no dia da denúncia, criticando a demora por parte da Funai e da Polícia Federal em reagirem à situação. Segundo ele, havia a possibilidade de uma tragédia.
Randolfe disse, ainda, que a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização dos Estados Americanos (OEA) preparam uma notificação dirigida ao governo brasileiro a respeito do caso. Os ministérios da Justiça e do Meio Ambiente serão interpelados pelos órgãos internacionais, informou o senador.
“O documento irá questionar a necessidade de intervenção de forças internacionais para o episódio ocorrido no último final de semana e seus desdobramentos, uma vez que ambas as organizações não aprovam o tipo de administração que está sendo adotada pelo governo”.
O senador Fabiano Contarato (Rede-AP), presidente da Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado, manifestou solidariedade aos Waiãpi e aproveitou para criticar a proposta do governo federal de liberar as atividades de mineração em terras indígenas.
“A pretexto de fomentar o desenvolvimento econômico, o projeto coloca em risco as populações locais e significa o desmonte de conquistas ambientais. Impor aos povos indígenas que aceitem garimpos nas terras em que vivem subverte a estrutura social dessas comunidades por meio da exploração de suas riquezas mineiras. Isso é mais que inaceitável, é um crime contra a humanidade”, denunciou.