Nacional
AL é o 14° Estado com maior rombo na Previdência
Dependendo da Reforma a situação pode piorar nos próximos anos
Em Alagoas a relação entre servidores ativos, aposentados e pensionistas – utilizada por economistas para avaliar o impacto da previdência do setor público – é de 0,81 para 1.
O Estado tem 0,81 inativos para cada funcionário da ativa. Pelos números atuais, o Executivo tem 72,2 mil servidores, sendo 39.217 (55%) servidores ativos e 32.987 (45%) servidores inativos.
Nessa relação, Alagoas é o 14° no ranking entre os 27 estados brasileiros. A depender da reforma da Previdência, a situação do Estado pode piorar nos próximos anos. Ampliando o rombo da Previdência estadual, que fechou 2018 em cerca de R$ 1,3 bilhão.
Esse foi o aporte (complementação) para o pagamento de aposentadorias e pensões feito pelo Executivo, segundo declarações recentes do diretor-presidente do AL Previdência, Roberto Moisés.
“Em relação a 2017, o rombo aumentou R$ 200 milhões e vai continuar crescendo, pois cerca de 20% dos servidores que estão na ativa atualmente já atingiram os pré-requisitos para requerer a aposentadoria”, disse Moisés.
Bomba relógio
"A situação de Alagoas é semelhante a de outros Estados. O problema é que a aqui a situação ainda vai começar a se agravar. É uma bomba-relógio. Estimamos que, dentro de cinco anos, o deficit deve chegar à casa dos R$ 2 bilhões”, afirma Moisés.
Em reportagem do G1, o economista Paulo Tafner, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), avalia que a situação dos Estados tende a se agravar.
“Os governadores estão diante de uma bomba-relógio. Nos últimos quatro anos, o déficit previdenciário dos Estados disparou e mais do que dobrou. Debilitadas, as finanças estaduais inspiram cuidados, segundo analistas”, diz a reportagem.
“Excluídos da reforma da Previdência aprovada em primeiro turno na Câmara dos Deputados, os estados vão ter de lidar com um déficit das aposentadorias dos regimes próprios de R$ 144,6 bilhões neste ano, de acordo com cálculos do economista Paulo Tafner, pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em quatro anos – de 2015 ao final de 2019 –, estima-se que o rombo cresça 137%”, continua o G1..
Ainda segundo a reportagem, “o quadro preocupante dos estados fica evidente quando se faz uma comparação com a situação do governo federal. O déficit da União cresce de forma acelerada, porém num ritmo muito menor do que o dos estados. E isso ocorre basicamente porque a União está numa etapa mais avançada de amadurecimento previdenciário.”