Renan do Santos, líder do MBL (Movimento Brasil Livre), terá de pagar R$ 45,4 mil de indenização por ofensas ao jornalista José Roberto Burnier, apresentador da GloboNews.

Ao criticar a cobertura feita pela imprensa do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, em 2015, Renan disse que Burnier era um "canalha".

A página do MBL na internet exibiu ainda uma montagem fotográfica na qual Burnier foi retratado como uma prostituta oferecendo seus serviços para Dilma.

Na publicação, o jornalista, que está na Rede Globo desde 1983 e que participou de coberturas importantes como as da Assembleia Constituinte, da eleição presidencial de 1989, e da "Máfia da Propina", é chamado de um "esquerdista global de joelhos para o PT".

Renan disse à Justiça que não ofendeu o jornalista e que apenas exerceu "seu direito constitucional de livre exercício do pensamento e de crítica". Afirmou não ter sido o responsável pela montagem e que nem tinha conhecimento da sua publicação. "Eventual responsabilidade deve ser atribuída e direcionada a quem de direito", afirmou no processo.

Mesmo alegando não ser o responsável pela publicação, Renan a defendeu, argumentando tratar-se de uma sátira, "uma charge de humor que não configura abuso do direito de crítica".

A Justiça não aceitou sua defesa. Não cabe mais recurso à condenação.

O processo está em fase de cumprimento de sentença. A juíza Fernanda Franco Bueno Cáceres estabeleceu um prazo de 15 dias para Renan fazer o pagamento ou questionar o valor, considerando o cálculo atualizado de juros desde outubro de 2015. Os R$ 45,4 mil de indenização incluem os honorários a serem pagos (sucumbência) ao advogado de Burnier.