Nacional
Após falas homofóbicas, mais empresas cancelam patrocínios a Sikêra Jr
Na última sexta-feira (25), o apresentador chamou homossexuais de
Após o apresentador da Rede TV!, Sikêra Jr, chamar homossexuais de "raça desgraçada" durante a edição ao vivo do Alerta Nacional da última sexta-feira, 25, algumas empresas vêm cancelando os patrocínios à emissora e ao apresentador. A última baixa foi registrada na terça-feira, 29, quando a Sorridents comunicou que retirou o investimento em publicidade no telejornal. Conforme informações do portal Notícias da TV, a empresa odontológica fazia entradas diárias no Alerta Nacional e pagava um salário de R$ 60 mil ao apresentador.
"A Sorridents, uma empresa que nasceu com o propósito de cuidar das pessoas e dos sorrisos dos brasileiros sem nenhum tipo de distinção, vem a público esclarecer que rompeu o contrato com o Programa Alerta Amazonas/Nacional e o apresentador Sikêra Jr. por conta das últimas citações do apresentador que ferem diretamente as convicções da marca, que é feita de gente que cuida de gente e que preza a todo momento pela igualdade e diversidade em todas as situações", disse a empresa.
Também retiraram os patrocínios e pontuaram não concordar com os ataques feitos por Sikêra e a omissão da Rede/TV diante dos fatos recorrentes: Hapvida, TIM, MRV, Magazine Luiza, Kicaldo Alimentos e Novo Mundo. As marcas declararam que não patrocinam mais o programa apresentado por Sikêra e nem estabelecem qualquer relação comercial com a Rede/TV.
A construtora MRV, que pertence a Rubens Menin, dono da CNN Brasil, fazia anúncios de seus empreendimentos com frequência no jornal policial comandado por Sikêra Jr. e, nessa segunda-feira (28), comunicou que não investirá mais no programa da RedeTV!
"A MRV acredita na diversidade e não compactua com qualquer forma de preconceito. O programa Alerta Amazônia/Nacional já não faz mais parte dos nossos planos de mídia", disse a empresa em nota.
A Tim, empresa de telefonia móvel, encerrou na semana passada o acordo comercial com a RedeTV! e a TV A Crítica, deixando de anunciar seus serviços no telejornal.
"Desde a semana passada, realizamos a suspensão da veiculação, que é automática pela plataforma de anúncio, nesse canal. Reforçamos que a Tim mão está ligada a movimentos, nem compactua com disseminação de notícias falsas e discursos de ódio", disse a empresa.
Quem também retirou os investimentos em ações de merchandising foi a HapVida, empresa de plano de saúde que atua no Norte e Nordeste do país.
"Não apoiamos forma alguma de preconceito, seja social, de credo, raça, gênero ou orientação sexual. No momento, suspendemos o patrocínio do Alerta Amazonas. Estamos sempre trabalhando por uma sociedade mais saudável", informou a empresa.
Já o Magazine Luiza, que nunca anunciou no programa da RedeTV!, informou que bloqueou no YouTube a veiculação automática de anúncios que a rede social colocava nos vídeos do programa Alerta Nacional, publicados no canal da TV A Crítica.
"O Magalu é contra qualquer forma de LGBTfobia e nunca admitiremos isso. Não patrocinamos o programa, mas havia anúncios sendo exibidos de forma automática pelo YouTube no canal. Eles já foram bloqueados e não serão mais exibidos", disse a empresa nas redes sociais.
A Yamaha Motor postou em suas redes sociais oficiais que a empresa respeita a diversidade, inclusive a de orientação sexual e que esse compromisso se estende aos seu parceiros. Por isso, o concessionário local e anunciante irão adotar os procedimentos cabíveis para desvincular a marca do apresentador Sikêra Jr.
Ação do MPF
Logo após a repercussão das falas homofóbicas do apresentador, o Ministério Público Federal (MPF), moveu uma ação civil pública, cobrando da Rede TV! e de Sikêra Jr. o pagamento de R$ 10 milhões a título de indenização por danos morais coletivos – valor a ser destinado à estruturação de centros de cidadania LGBTQIA+".