Nacional
Temer diz que Brasil "não tem paz" e faz críticas ao sistema político atual
Ex presidente também diz que Brasil seria "outro" se "cada um ficasse no seu quadrado constitucional"
O ex-presidente Michel Temer (MDB-SP) voltou a fazer críticas ao sistema político atual. Em defesa do modelo semipresidencialista, ele disse que as instituições deveriam ficar no seu "quadrado constitucional".
Em debate sobre democracia e governabilidade com o também ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), Temer, que assumiu a presidência em 2016 após o impeachment de Dilma Rousseff (PT-RS), disse ainda que processos e pedidos de impedimento do presidente geram "instabilidade".
"Nós não temos paz no nosso país. E a inexistência da paz gera uma instabilidade muito grande. Não quer isso significar que os vários setores da sociedade não possam contestar-se entre si. Mas é preciso cumprir o texto constitucional. Se cada um ficasse no seu quadrado constitucional, acho que o Brasil seria outro.", declarou.
Temer assumiu a presidência em agosto de 2016, após o impeachment de Dilma. Seu partido, MDB, foi um dos principais articuladores do processo e, ainda como presidente em exercício, foi alvo de pedidos de impeachment —que não avançaram.
Nos últimos anos, no entanto, ele tem assumido uma campanha pública a favor do semipresidencialismo, que divide o poder entre o presidente, chefe de Estado eleito pelo voto popular, e o primeiro-ministro, chefe de governo eleito indiretamente por meio de um acordo com o Congresso.
Hoje, Temer não citou nomes, mas a fala se dá em meio a uma série de ofensas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao Supremo Tribunal Federal (STF) e especificamente ao ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), também presente no evento.