Nacional
Manaus e outras capitais brasileiras imunizam adolescentes para evitar impacto das variantes da Covid-19
Para infectologistas, expansão para grupo de 12 a 17 anos é fundamental e pode diminuir risco de contaminação e casos graves na população
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), o avanço da variante Delta no Brasil representa um desafio para prefeituras do país. Com objetivo de antecipar ações frente a um possível cenário de aumento de contaminações por essa variante, Manaus dá início nesta sexta-feira (13), à vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos.
A medida coloca a cidade entre as seis capitais brasileiras que já vacinam este grupo contra a Covid-19. "Manaus avança no processo de imunização, com a oferta de imunizantes em todas as zonas da cidade em horários alternativos, com mutirões à noite, inclusive durante a madrugada. Todos os esforços de nossas equipes nos permitiram chegar hoje a esta nova fase da campanha", afirma o prefeito David Almeida (Avante-AM).
"Ao proteger os adolescentes, garantimos a eles o retorno às suas atividades com segurança e, também, a proteção reforçada em seus lares", assegura Almeida.
Nesta sexta-feira, serão vacinados apenas os adolescentes com comorbidades e, no sábado, os demais. A secretária de Saúde de Manaus, Shádia Fraxe, destaca que os adolescentes integram uma faixa etária com resistência a ficar em isolamento. "Sabemos da dificuldade de manter adolescentes em casa neste período. E quando o vírus encontra uma população como essa, que não está vacinada, o risco é enorme", alerta.
"Neste momento, temos a Delta e outras variantes que só podem ser combatidas com o esquema vacinal completo. Por isso, é importante que os pais ajudem a garantir a vacinação de seus adolescentes", salienta a secretária Shádia Fraxe.
A infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi, vai além e cita a existência de estudos que mostram maior carga viral nas crianças e a sua capacidade de transmissão.
"Vacinar a maior parte possível da população é fundamental. Inclusive, há registros de casos graves e internações na faixa etária infantil", diz ela, ao ressaltar a importância da vigilância sobre a segunda dose da população adulta que já começou o esquema vacinal.
"A cidade de Manaus, que chegou a ser epicentro da pandemia e viveu uma situação catastrófica no começo do ano, hoje vive um cenário mais confortável na pandemia. É também o momento de se garantir a segunda dose e proteger a população mais vulnerável", afirma a Dra. Raquel Stucchi.
Além de Manaus, Brasília, Campo Grande e Porto Alegre começaram a vacinar adolescentes com comorbidades nos últimos dias. São Luís e Rio Branco já imunizam jovens sem doenças pré-existentes.