Nacional
Bolsonaro defende presença de militares em seu governo e diz que Forças Armadas não vão obedecer a “ordens absurdas”
Falas do presidente vem em meio à críticas sobre a forte presença dos oficiais em cargos públicos nomeados
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse, em cerimônia realizada no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (27), que as Forças Armadas não vão cumprir “ordens absurdas” de seu governo, ou qualquer outro.
"As Forças Armadas estão aqui, elas estão sob meu comando, sim. Se eu der ordem absurdas, elas vão cumprir? Não, nem a mim nem a governo nenhum. E as Forças Armadas têm que ser tratadas com respeito", defendeu.
Bolsonaro também afirmou que a presença de militares no Governo Federal existe porque seu ciclo de amizade é composto por pessoas originadas das três Forças.
“Alguns criticam que eu botei militar demais, mais até, proporcionalmente, do que os governos de Castello Branco a Figueiredo. Sim, é verdade, é meu ciclo de amizade, assim como de outros presidentes foram de outras pessoas. Eram o ciclo de amizade deles. Comparem hoje todos os nossos ministros, incluindo os civis, com os que nos antecederam. É simples: queremos a volta disso?”, questionou.
O número de militares no Governo Federal atualmente supera a presença dos oficiais na época da ditadura militar.
Bolsonaro indicou generais para postos-chave de seu ministério, como Augusto Heleno, no Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ele havia colocado militares em cargos políticos, responsáveis pela articulação com o Congresso Nacional, mas pressões políticas o levaram a fazer trocas e colocar parlamentares nesses postos.
Hoje, a Casa Civil é comandada pelo senador licenciado Ciro Nogueira (PP-PI), e a Secretaria de Governo está nas mãos da deputada federal Flávia Arruda (PL-DF). Amigo pessoal de Bolsonaro, o general Luiz Eduardo Ramos, que já havia chefiado ambas as pastas, foi remanejado para a Secretaria-Geral da Presidência, uma espécie de prefeitura do Planalto.