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"Para ser pátria amada não pode ser pátria armada", diz Arcebispo em missa

Dom Orlando Brandes criticou, nesta terça-feira (12), a disseminação de notícias falsas e o armamento da população brasileira

Por Redação com Correio Braziliense 12/10/2021 15h03
'Para ser pátria amada não pode ser pátria armada', diz Arcebispo em missa
Missa das 9h no Dia da Padroeira foi celebrada por Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida. - Foto: Reprodução

O arcebispo da cidade de Aparecida, em São Paulo, Dom Orlando Brandes, criticou, nesta terça-feira (12), a disseminação de notícias falsas e o armamento da população brasileira. A declaração foi dada durante o sermão da missa das 9h, no Dia de Nossa Senhora Aparecida.

Apesar de não mencionar o nome do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o religioso utilizou o slogan do governo federal para afirmar que "para ser pátria amada não pode ser pátria armada".

“Para ser pátria amada seja uma pátria sem ódio. Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção. E pátria amada com fraternidade. Todos irmãos construindo a grande família brasileira”, disse o religioso.

Brandes também citou a fome ao lembrar as cenas de pessoas que se tentam se alimentar com restos de carnes que sobram em ossos descartados ou doados. A insegurança alimentar atinge 19 milhões de brasileiros.

Dom Orlando Brandes relembrou as mais de 600 mil vidas perdidas para a covid-19 e disse estar grato pela volta da esperança. Segundo ele, o sentimento foi promovido pela descoberta da vacina contra a doença.

“Mãe Aparecida, muito obrigado porque na pandemia a senhora foi consoladora, conselheira, mestra, companheira e guia do povo brasileiro que hoje te agradece de coração porque vacina sim, ciência sim e Nossa Senhora Aparecida junto salvando o povo brasileiro”, ressaltou.

Na ocasião, estavam presentes os ministros Marcos Pontes, da Ciência e Tecnologia, e João Roma, da Cidadania.

Declarações anteriores

Em outros momentos, o religioso também fez declarações contra a gestão do governo Bolsonaro. Como em 2020, quando Dom Orlando Brandes criticou a volta da impunidade e também as queimadas em biomas como Amazônia e Pantanal. Em 2019, ele criticou a direita por ser "violenta e injusta" e chamou atitudes conservadoras de "dragão do tradicionalismo".