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PF: Narcotraficante foragido planejava abrir 'redes hospitalares' do PCC em Recife

Criminoso está foragido, seu último refúgio conhecido foi em uma cidade na Bolívia

Por Redação com informações do Uol 20/10/2021 10h10
PF: Narcotraficante foragido planejava abrir 'redes hospitalares' do PCC em Recife
O narcotraficante Anderson Lacerda Pereira, 41, o Gordão, (de camisa listrada, ao centro), em um restaurante de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia - Foto: Reprodução

Anderson Lacerda Pereira, 41 anos de idade, narcotraficante da facção Primeiro Comando da Capital (PCC) e dono de 28 clínicas médicas e odontológicas em São Paulo, também conhecido como "Gordão", planejou ampliar uma 'rede hospitalar' do PCC na capital de Pernambuco. O homem está foragido da Justiça e seu último local de refúgio conhecido foi a cidade de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, onde fez os planos de ampliação da rede.

O enteado dele, Renato da Silva Bustamante de Sá Júnior, 29, foi preso pela Polícia Federal no dia 29 de setembro deste ano na capital pernambucana, onde administrava os negócios do padrasto. Ele vivia em um apartamento de luxo no Recife. No imóvel, os agentes apreenderam R$ 100 mil em dinheiro.

Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em três clínicas odontológicas e em três endereços em Jaboatão dos Guararapes, na Grande Recife, e na capital. Investigações da PF apontam que os consultórios foram abertos com dinheiro do tráfico de drogas e são usados na compra de insumos para refinar cocaína.

Renato era foragido da Justiça e havia um mandado de prisão temporária expedido contra ele em 18 de maio do ano passado pelo juiz Marco Antônio Martim Vargas, da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital.

Em 30 de dezembro de 2016, Renato foi preso em flagrante sob a acusação de ter torturado Emerson Fernando da Silva, à época com 31 anos, funcionário de uma clínica de Anderson na zona leste de São Paulo, para obrigá-lo a assinar pedido de demissão voluntária. A vítima foi sequestrada no mesmo dia na porta do 49º DP (São Mateus) e até hoje não foi encontrada.

Renato foi solto em 1º de fevereiro de 2017. O processo está em andamento. O réu deveria ser ouvido em 27 de setembro deste ano na 14º Vara Criminal, no Fórum da Barra Funda, zona oeste de São Paulo. Porém, não foi intimado porque o endereço era incerto e o oficial de Justiça não o localizou. Dois dias depois ele acabou preso no Recife.

Condenado a sete anos por associação ao tráfico de drogas, Anderson Pereira também responde ao mesmo processo de lavagem de dinheiro, assim como o filho dele, Gabriel Donadon Loureiro Pereira, 26. As suspeitas da PF é a de que ambos estejam escondidos na Bolívia.

Em aparelhos de telefone celular apreendidos pela Polícia Civil, em endereços de Anderson, havia fotos dele com outros dois homens em um restaurante em Santa Cruz de La Sierra. Tinha também um vídeo em que ele aparece em um aeroporto na mesma cidade boliviana.

Outra fotografia mostra Anderson ao lado do filho Gabriel, do enteado Renato e de outras pessoas da família. Segundo a Polícia Civil, essa foto também foi feita em território boliviano e sinaliza que Renato e outros parentes estiveram com o narcotraficante naquele país.

Até agora não há informações sobre como Anderson e Gabriel conseguiram fugir do Brasil. Um vídeo em poder da Polícia Civil mostra pai e filho carregando malas e deixando às pressas um dos endereços da família minutos antes de ser cumprido um mandado de busca e apreensão no local.