Nacional

Diretora de escola em que crianças eram amarradas se entrega à polícia

Vídeos das cenas de maus-tratos viralizaram no mês de março

Por Redação* 29/04/2022 11h11
Diretora de escola em que crianças eram amarradas se entrega à polícia
Roberta Regina Rossi Serme, 40 anos - Foto: Reprodução

No fim da noite dessa quinta-feira (28), Roberta Regina Rossi Serme, diretora da escola particular Colmeia Mágica, investigada por maus-tratos e tortura contra crianças na capital paulista, se entregou à polícia. Ela era considerada foragida da Justiça e compareceu ao DP Central de Itaquaquecetuba, na Grande São Paulo, por volta de 23h30.

Já nesta sexta-feira (29), Roberta deve ser transferida para a Penitenciária Feminina de Tremembé, em São Paulo, onde sua irmã, a pedagoga Fernanda Carolina Rossi Serme, já se encontra presa.

Fernanda foi presa na última segunda (25) na casa de parentes, em Mogi das Cruzes. As duas, além da auxiliar de limpeza Solange da Silva Hernandez, estão sendo investigadas por suspeitas de maus-tratos, pois teriam castigado alunos por chorar ou por se recusarem a comer. As três investigadas negam as acusações e se dizem inocentes.

O caso repercutiu nacionalmente quando vídeos que mostram alunos da creche amarrados com lençóis e chorando em banheiros viralizaram nas redes sociais no mês de março. Nas imagens, é possível ver as crianças com os braços imobilizados, enrolados com panos, simulando camisas de força. Além disso, fotos de crianças machucadas também foram compartilhadas.

Roberta teve a prisão preventiva decretada por 30 dias, porém o tempo para cumprir o mandato expirou na última sexta (22). A polícia pediu a mudança da prisão para preventiva e Justiça aceitou. O Ministério Público (MP) justificou que os vídeos e os depoimentos de testemunhas mostravam que os alunos tiveram "intensos sofrimentos físicos e psicológicos".

Em depoimento à polícia, a diretora chegou a confirmar que os vídeos foram gravados em sua escola e as crianças são de fato seus alunos, mas negou que ela teria as amarrado ou ordenado que alguém fizesse isso. Segundo Roberta, ela não sabia quem tinha feito isso, mas desconfiava que teria sido obra de alguma funcionária insatisfeita com o intuito de prejudicá-la.

De acordo com informações da polícia, além de planejar fugir, a diretora retirou materiais de dentro da escola com o objetivo de atrapalhar as investigações, além de ter ameaçado funcionárias. Durante a investigação, mais de 20 endereços foram vasculhados em busca dela. O advogado André Dias, que defende as irmãs Serme, chegou a dizer à imprensa que sabia onde ela estava escondida.

Apesar disso, ele declarou que Roberta não se entregaria até que a Justiça julgasse os pedidos para que a diretora não fosse presa. Um dos habeas corpus solicitados, feito antes da decretação da prisão dela, foi negado. Outros dois, providenciados após o mandado para que ela fosse presa, ainda não teriam sido analisados.

*Com informações do G1