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Mãe perde a guarda da filha após conselho tutelar descobrir que garota frequentava cultos de umbanda

De acordo com a mãe da jovem, houve racismo religioso por parte do Conselho Tutelar; caso aconteceu em Minas Gerais

Por Redação 14/06/2022 13h01
Mãe perde a guarda da filha após conselho tutelar descobrir que garota frequentava cultos de umbanda
O caso aconteceu em Minas Gerais. - Foto: Reprodução | Internet

Durante a última semana, um caso vem ganhando repercussão. Segundo informações do site Metrópoles, uma mãe diz ter perdido a guarda da filha, de 14 anos, após levá-la a um culto de umbanda, em Minas Gerais. Liliane Pinheiro, 37, aponta racismo religioso por parte do Conselho Tutelar.

Segundo as informações da mãe, a filha possui problemas neurológicos, e estaria frequentando o centro de umbanda, religião afro-brasileira, desde o início do ano em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte (MG).

Por causa das condições de saúde da adolescente, ela teria desmaiado na escola. Ao jornal O Tempo, Liliane conta ter sido hostilizada pela coordenação do centro de ensino. “Me disseram ‘olha bem o que você está fazendo com a sua filha'”, lembra.

Após o ocorrido, a direção da escola teria acionado o Conselho Tutelar e, denunciado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Liliane perdeu a guarda da filha. A jovem, que passou as últimas semanas em centro de acolhimento, agora está na casa da irmã mais velha.

O coordenador do Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), Hélio Silva Jr, acompanha o caso. Ele afirmou ao Metrópoles que o caso desrespeita a lei, já que não houve esforços para manter a filha com a responsável.

“Uma criança foi colocada em abrigo sem decisão judicial, sem parecer psicológico, sem a escuta da mãe, sem a escuta qualificada da menina, apenas com a especulação do conselheiro tutelar”, observa o especialista.

Para Silva Jr, o caso expõe racismo religioso contra o exercício da religião de matriz africana.

O Metrópoles tentou contato com o Conselho Tutelar de Ribeirão das Neves por ligação telefônica, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

*Com informações do Metrópoles