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Acusado de assédio, ex-presidente da Caixa apareceu em ao menos 27 lives de Bolsonaro

Gestor era presença constante nas transmissões do presidente da república e era um de seus principais interlocutores; ele nega as acusações

Por Redação com Metrópoles 30/06/2022 12h12
Acusado de assédio, ex-presidente da Caixa apareceu em ao menos 27 lives de Bolsonaro
Presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente da Caixa Econômica, Pedro Guimarães - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Com a demissão de Pedro Guimarães do comando da Caixa, o presidente Jair Bolsonaro (PL) perde um de seus interlocutores favoritos nas transmissões que faz pelas redes sociais. Levantamento feito Metrópoles no canal oficial de Bolsonaro no YouTube mostra que o atual chefe do Executivo federal chamou Guimarães para suas lives semanais ou transmitiu conteúdo estrelado pelo gestor exonerado na quarta-feira (29/6) pelo menos 27 vezes desde o início do governo, em 2019.

A conta não considera transmissões com a participação de muitas autoridades, como lançamentos de programas do governo não relacionados diretamente à Caixa. O número de aparições pode ser maior, já que dezenas de postagens de Bolsonaro foram excluídas pelas redes sociais nos últimos anos por descumprimento de regras das plataformas contra a difusão de informações enganosas.

Guimarães caiu nas graças de Bolsonaro por ter conquistado a simpatia do presidente da República com sua lealdade e senso político. O protagonismo da Caixa na promoção de políticas de transferência de renda que ganharam importância nos últimos anos, como o Auxílio Emergencial contra o coronavírus, também ajudou o ex-gestor do banco público a ganhar muito espaço entre os aliados de Bolsonaro.

Ele foi exonerado no final da tarde de quarta, menos de 24 horas após o colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, revelar que o agora ex-presidente da Caixa é acusado de assédio sexual por um grupo de funcionárias do banco. O caso é investigado, sob sigilo, pelo Ministério Público Federal. Em carta de demissão, Guimarães garantiu que as acusações “não são verdadeiras”.