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'Patriota do caminhão' conta como subiu no veículo e revela: "certo que iria morrer"
Em entrevista, empresário fala sobre o ocorrido e a repercussão do caso
Nos últimos dias, o vídeo de um homem agarrado a um caminhão em movimento viralizou nas redes sociais e deu uma fama inesperada a Junior Peixoto, empresário de 41 anos e participante de um ato antidemocrático que não reconhece a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Desde então, Peixoto ficou conhecido como "patriota do caminhão" e virou meme.
O empresário, morador de Caruaru, deu uma entrevista à Folha nesta segunda (7), e revelou se sentir exposto com a repercussão das imagens. Segundo ele, o ato de se pendurar no caminhão foi na verdade uma forma de defesa, e não para tentar impedir a passagem do veículo em um bloqueio na BR-232.
O homem afirma que ao chegar ao bloqueio, os manifestantes estavam conversando sobre a desobstrução de uma das duas faixas da rodovia e pneus e pedras começaram a ser retirados, para permitir a passagem dos veículos.
"Então, quando começaram a liberar eu escutei quando o motorista colocou a marcha no caminhão. Virei para ele e acenei. Eu estava a uma distância de 2 metros do caminhão e gesticulei pedindo um pouco de paciência. Não sei se ele interpretou isso errado, pensou que iria fechar a BR novamente, e aí ele acelerou.", conta o empresário.
Segundo Peixoto, como ele já estava com as mãos levantadas e gesticulando, a reação imediata foi segurar o limpador do para-brisas.
"Graças a Deus que eu tive essa reação, porque hoje eu poderia estar morto. Ele acelerou a máquina para o meu lado e veio com tudo".
Ele conta ainda que percorreu cerca de 6 quilômetros agarrado ao caminhão, trajeto que teria durado cerca de oito minutos. Ele disse acreditar que, em algum momento, o veículo tenha passado dos 100 km/h, o que o deixou bastante assustado.
"Quando o caminhão começou a desenvolver velocidade, eu estava certo que iria morrer. Estava convicto que aquele era o meu último dia de vida", disse.
Conforme ele, em nenhum momento houve diálogo com o motorista. "Fixei o olhar, por umas duas ou três vezes, e perguntei: ‘você vai me matar, não é?’ Aí, acho que começou a pesar na consciência dele e ele começou a parar."
Após descer do veículo, em um trecho mais afastado do centro, Peixoto afirmou ter conseguido carona para voltar à cidade e, posteriormente, chegar em casa.
O empresário diz que, mesmo após descer do caminhão, não houve diálogo com o motorista, que afirmou apenas que não tinha interesse em se envolver em confusão.
Somente no dia seguinte, pela manhã, a família tomou conhecimento do ocorrido, quando uma pessoa compartilhou o vídeo com a mulher do empresário que, em choque, teria tentado entender exatamente o que aconteceu.
"Eu iria falar [com a família], mas gradativamente. Não iria dizer tudo de uma vez. Mas a internet não perdoa."
Sobre a repercussão, disse que não tem acompanhado os desdobramentos do caso nas mídias sociais e que um dos motivos é a falta de habilidade.
"Mas confesso que estou bastante assustado, porque este não é meu universo [redes sociais]. Me senti exposto. Inclusive, teve um site que divulgou meu nome e minhas mídias sociais."
*Com informações da Folha