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Após transplante de coração, paciente se casa com enfermeira que cuidou dele em hospital

Jônatas Cabanelas tinha miocardiopatia hipertrófica, uma doença congênita no coração que matou o próprio pai e irmãos

Por G1 03/09/2023 11h11
Após transplante de coração, paciente se casa com enfermeira que cuidou dele em hospital
Contador baiano se casa com técnica de enfermagem que cuidou dele antes de transplante de coração, no Ceará - Foto: Reprodução

“Eu tive a sorte de encontrar dois corações. Um que eu precisava no transplante e o amor da minha vida”. É assim que Jônatas Cabanelas se refere à história dele em Fortaleza. O contador natural da Bahia viajou ao Ceará para passar por um transplante de coração, e acabou apaixonado — e depois casado — pela técnica de enfermagem Elys Parente, que trabalhava em um dos hospitais por onde ele passou.

O contador baiano possuía miocardiopatia hipertrófica, uma doença congênita no coração, que causou a morte do próprio pai e dos irmãos. A doença deixa o órgão espesso e duro, tornando difícil os batimentos.

Jônatas e Elys são casados há oito anos e têm dois filhos. Ele tinha 33 anos em 2015; ano em que ele começou a sentir os sintomas mais fortes da doença. Com isto, os médicos afirmaram que ele precisava de um transplante, e deram duas opções de transferência: para um hospital em São Paulo ou um em Fortaleza.

“O desejo era vir para Fortaleza para eu me sentir mais em casa”, explicou o contador.

Ao chegar em Fortaleza, Jônatas não encontrou vaga no Hospital do Coração de Messejana, unidade da rede pública. Então, foi levado a um hospital particular, pois estava em estado grave após ter um AVC que o deixou sem os movimentos do corpo e a fala, antes de viajar para a capital cearense.

Foi na unidade particular que ele encontrou Elys Parente, que trabalhava como técnica de enfermagem. “Uma colega tinha falado comigo dizendo que não poderia ir no dia seguinte, e perguntou se eu poderia ir no plantão dela”, lembrou a técnica de enfermagem.

“Ela passou em frente ao leito, olhou e sorriu para mim. Ali, eu já senti algo”, destacou Jônatas.

“Comecei a visitá-lo, no início, para realmente ajudá-lo porque era uma pessoa fora do estado natal, não conhecia nada nem ninguém”, complementou Elys.

Jônatas, depois, foi transferido para o Hospital de Messejana. Elys continuou a visitá-lo durante os três meses em que ele passou aguardando o transplante.

O pai e irmão dele morreram ainda na década de 90, com menos de um mês de distância entre os óbitos. Já a irmã morreu em 2012, na fila de espera por um transplante. A família descobriu a condição em Jônatas quando ele tinha cinco anos.

Após a cirurgia, o contador ainda passou por complicações como o coração ficar 24 horas sem bater e uma infecção. Esses momentos fizeram Elys largar tudo para cuidar dele.

“Deixei o emprego. Ele complicou tudo de novo. Chegou a ser entubado de novo. Ele dizia para mim: 'amor, por favor, não me deixa só'”, declarou Elys.