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Brasileiro é sequestrado no Equador; família pede ajuda para resgate

Thiago Allan Freitas é empresário no país e está sob a mira de criminosos

Por Terra 10/01/2024 12h12
Brasileiro é sequestrado no Equador; família pede ajuda para resgate
Thiago Alan é brasileiro e mora no Equador há três anos - Foto: Reprodução/Facebook

O brasileiro Thiago Allan Freitas, de 33 anos, foi sequestrado no Equador, na manhã de terça-feira (9). Os criminosos estão pedindo dinheiro para libertar o empresário, e a família disse que enviou tudo o que tinha. Nas redes sociais, o filho dele, Gustavo, fez um apelo para que as pessoas enviassem doações em dinheiro. O país passa por ondas de violência desde o início da semana.

Em nota, o Itamaraty confirmou o sequestro, disse que está em contato com seus familiares e busca apurar as circunstâncias do ocorrido junto às autoridades locais. A pasta não pode compartilhar mais detalhes sobre o registro, já que "em observância ao direito à privacidade e ao disposto na Lei de Acesso à Informação e no decreto 7.724/2012, informações detalhadas poderão ser repassadas somente mediante autorização dos envolvidos".

"Assim, o MRE não poderá fornecer dados específicos sobre casos individuais de assistência a cidadãos brasileiros", finaliza o Itamaraty, no comunicado.

De acordo com o Hora 1, telejornal da TV Globo, Thiago é de São Paulo, mas mora há três anos em Guayaquil, no Equador, onde tem uma empresa de churrasco brasileiro. A história dele viralizou nas redes após seu filho gravar um vídeo pedindo ajuda para libertá-lo.

“Meu pai esta manhã foi sequestrado, e enviamos todo o dinheiro que tínhamos, e não temos mais. Por isso, peço a vocês que me ajudem com o que tem, qualquer valor é muito bem-vindo. Se é um dólar, dois dólares, porque necessitamos de verdade, e estamos desesperados, e não temos o que fazer. Já pagamos U$2,1 mil, mas estão pedindo U$ 3 mil, e peço que ajudem. Muito obrigado”, disse Gustavo em um storie gravado na conta da empresa do pai

O irmão de Freitas, Eric Lorran Vieira, contou à Globo que é ele quem está tratando com os criminosos, e vem recebendo fotos e vídeos do familiar. "Me mandou fotos e vídeos do meu irmão vendado, com as armas, depois com uma faca no pescoço. Botaram a arma na cabeça falando que queriam dinheiro. Eles falaram para vender TV, tudo o que tivesse para mandar dinheiro para eles", relatou.

O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada em Quito, informou que acompanha com atenção a denúncia de sequestro do brasileiro no Equador, e que busca apurar as circunstâncias do que ocorreu junto com as autoridades locais.

“Todo o contato possível com a polícia nacional e com a antissequestro. Nós tivemos contato, não só com a família do sequestrado, mas com outros viajantes que estão enfrentando problemas de locomoção, porque as estradas estão sendo bloqueadas”, afirma Afonso Nery, conselheiro da Embaixada do Brasil no Equador. Ele ainda diz que toda a assistência é dada pela Embaixada, que há poucos brasileiros residentes no país, mas muitos viajantes.

Conflito no Equador

Desde terça-feira, o Equador vive momentos de tensão. A crise no país começou na segunda-feira, 8, após a fuga da prisão do líder da gangue Los Choneros, Adolfo Macias, mais conhecido como "Fito" e violência nas prisões, incluindo sequestros de guardas por detentos.

Em um decreto na terça-feira, 9, o presidente Daniel Noboa reconheceu um "conflito armado interno" no país e identificou 22 gangues como organizações terroristas a serem buscadas pelos militares. Ao menos 70 pessoas foram presas até o momento.

O governo disse que a violência é uma reação ao plano de Noboa de construir uma nova prisão de alta segurança e transferir líderes de gangues presos. "Eles criaram uma onda de violência para amedrontar a população", disse o almirante Jaime Vela, chefe do comando conjunto das Forças Armadas, acrescentando que o decreto tornou as gangues alvos militares.