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Caso Djidja: Mãe gravava vídeos de filhos sob efeito de ketamina

As filmagens, obtidas pela Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, mostram a ex-sinhazinha do Boi Garantido sem ação após injetar cetamina

Por Metrópoles 05/06/2024 15h03
Caso Djidja: Mãe gravava vídeos de filhos sob efeito de ketamina
Gravações mostram Djidja e Ademar Cardoso “catatônicos”, sem reação - Foto: Reprodução / Instagram

Há uma semana, desde que a ex-sinhazinha do Boi Garantido Djidja Cardoso faleceu, muitos episódios envolvendo a família da moça começaram a pipocar. Além da denúncia sobre a existência de uma “seita”, apareceram vídeos feitos pela mãe da empresária, Cleusimar Cardoso, mostrando os filhos sob efeito da cetamina.

As gravações, obtidas pela Rede Amazônica, afiliada da TV Globo, mostram Djidja e Ademar Cardoso “catatônicos”, sem reação. Em um dos momentos, a matriarca da família manda a filha “desligar a pia” e afirma que ela deu “três seringadas e ganhou superpoderes”. Depois, Cleusimar garantiu que cetamina “não faz mal pra ninguém”.

Em outro ponto da gravação, Ademar Cardoso aparece “rígido” na ponta da cama enquanto a irmã está deitada, imóvel. Na filmagem, a mãe questiona o motivo de o filho “estar duro” e manda que ele se endireite. De acordo com a reportagem, familiares contaram que os três ficavam o tempo todo dentro de casa usando o entorpecente.

Laudo revela detalhes da causa da morte

Na segunda-feira (3/6), o Instituto Médico Legal (IML) revelou detalhes da causa da morte de Djidja Cardoso. Segundo o documento preliminar, a ex-sinhazinha do Boi Garantido faleceu por causa de um edema cerebral, que afetou o funcionamento do coração e da respiração. A suspeita é de que o uso excessivo de cetamina tenha culminado na complicação, já que a família da moça tinha a droga aliada aos rituais da seita religiosa Pai, Mãe e Vida, liderada por eles.

O laudo aponta “depressão dos centros cardiorrespiratórios centrais bulbares; congestão e edema cerebral de causa indeterminada”, que é uma condição caracterizada pelo inchaço no cérebro. No entanto, o IML não explicou o que poderia ter desencadeado o problema.

O resultado final da necrópsia e o exame toxicológico deverão ser divulgados até o fim deste mês. As informações são do G1.

A Polícia Civil acredita que a morte de Djidja Cardoso ainda está relacionada a uma possível overdose de cetamina. A substância tem efeito anestésico, causando alucinações e sensação de bem-estar, quando usada de forma recreativa.

Relembre o caso

O nome de Djidja Cardoso continua sendo um dos mais citados na web, depois de sua morte, no último dia 28, em Manaus. Existe a suspeita de que a causa do falecimento tenha sido overdose, depois da Polícia Civil descobrir que a mãe e o irmão da moça lideravam uma seita religiosa, onde praticavam o uso de drogas.

Segundo as investigações, o grupo era comandado pela mãe e pelo irmão de Djidja, que acreditavam ser Maria e Jesus Cristo, respectivamente. A ex-sinhazinha do Boi Garantido seria Maria Madalena. Para alcançar a evolução, eles usavam cetamina ou ketamina, um potente anestésico, que tem a venda proibida no Brasil.

O grupo estava sendo observado há 40 dias. Os agentes afirmam que Djidja possuía uma grande quantidade da substância no corpo, quando veio a óbito. Existe chances de que ela também fazia parte do esquema, além de outros três funcionários da família. Todos estão presos.

A polícia ainda aponta que algumas vítimas da seita foram submetidas a violência sexual e aborto:

“Ao longo das investigações, tomamos conhecimento de que Ademar também foi responsável pelo aborto de uma ex-companheira sua, que era obrigada a usar a droga e sofria abuso sexual quando estava fora de si. A partir desse ponto, as diligências se intensificaram e identificamos uma clínica veterinária que fornecia medicamentos altamente perigosos para o grupo religioso”, alegou o delegado responsável pelo caso, Cícero Túlio.

A repercussão da morte da ex-sinhazinha culminou na Operação Mandrágora, que foi adiantada para que os suspeitos fossem presos. Os familiares de Djidja pretendia fugir com as drogas numa mochila, quando foram abordados, na última quinta-feira (30/5).