Nacional
Ministério da Saúde reforça ações de combate a incêndios no país
Em coletiva à imprensa, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador, Agnes Soares, explicou as medidas que estão sendo adotadas para minimizar os impactos do desastre
Diante do crescimento dos focos de incêndio no país, os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, juntamente com a Secretaria de Proteção e Defesa Civil, concederam uma entrevista coletiva virtual nesta segunda-feira (26) para reforçar as ações de combate nos municípios atingidos.
Durante a coletiva, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador do Ministério da Saúde, Agnes Soares, explicou as medidas que estão sendo adotadas para minimizar os impactos desse desastre.
“O Ministério da Saúde já vem tratando dessa questão há algum tempo. No dia 26 de julho, foi instituída pelo Ministério a Sala de Situação Nacional de Emergências Climáticas em Saúde. Esse é um mecanismo de gestão coordenado com o intuito de prevenir e responder a emergências climáticas, não só em virtude de queimadas, mas também de enchentes, secas, e outras ocorrências climáticas em âmbito nacional”, lembrou Agnes.
A Sala de Situação envolve todas as secretarias do Ministério da Saúde e diversas outras entidades, monitorando semanalmente as áreas sob influência da queima de biomassa e a saúde das populações atingidas, focando no plano de ação para mitigar os efeitos da exposição aos poluentes. Além disso, o Ministério da Saúde envia aos estados e ao Distrito Federal semanalmente o Informe Queimadas, com orientações e recomendações para evitar a exposição da população à fumaça intensa em consequência de queimadas, no âmbito da Vigilância em Saúde Ambiental e Qualidade do Ar (VIGIAR).
Em relação às queimadas, há um acompanhamento quinzenal das áreas afetadas, focado não apenas nos dados sobre focos de calor, mas principalmente na exposição à fumaça, que é o que mais afeta a saúde.
“O monitoramento visa identificar as populações mais vulneráveis e orientar as secretarias estaduais e municipais de saúde, que relatam periodicamente a situação e ajudam no preparo e na mitigação dos efeitos conhecidos, como a inalação de fumaça. Mesmo longe dos focos de calor, pode haver problemas, pois a fumaça pode ser levada pelo vento e se atingir áreas distantes, o que é preocupante do ponto de vista da saúde”, acrescentou Agnes.
Além dos esforços conjuntos de combate ao fogo liderados pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Ministério da Saúde monitora a situação dos incêndios pelo país em constante contato com os estados e municípios e disponibilizou a Força Nacional do Sistema único de Saúde (FN-SUS) para atuar caso seja solicitado pelos entes.
O Ministério da Saúde recomenda as seguintes orientações para a população:
- Aumentar a ingestão de água e líquidos como forma de manter as membranas respiratórias úmidas e mais protegidas;
- Reduzir, se possível, o tempo de exposição em ambiente aberto, durante o dia ou à noite;
- Manter portas e janelas fechadas durante os horários com elevadas concentrações de partículas, para reduzir a penetração da poluição externa;
- Evitar atividades físicas e recreativas em ambiente aberto enquanto durar o período crítico de contaminação do ar pela fumaça;
- O uso de máscaras pode reduzir a exposição às partículas maiores presentes no ar em áreas onde há concentração de neblina de fumaça;
- Crianças menores de 5 anos, idosos, pessoas com doenças crônicas como asma, diabetes e hipertensão, e gestantes são mais suscetíveis, é preciso maior atenção às medidas preventivas e aos sinais e sintomas oriundos da exposição à fumaça
- Se houver sintomas respiratórios ou outras ocorrências de saúde, buscar atendimento médico o mais rapidamente possível;
- Pessoas com problemas cardíacos, respiratórios, imunológicos, entre outros:
- Buscar atendimento médico para atualizar seu plano de tratamento; - Manter medicamentos e itens prescritos pelo profissional médico disponíveis para o caso de crises agudas; - Buscar imediatamente atendimento médico se apresentar sinais ou sintomas de piora das condições de saúde após exposição à fumaça;
Prevenção e combate
Outras ações do governo federal para a prevenção e combate aos incêndios na Amazônia incluem a sanção em julho da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo, que será implementada em cooperação entre União, estados, municípios, sociedade civil e entidades privadas.
O governo federal também aprovou R$ 293 milhões em recursos do Fundo Amazônia para Corpos de Bombeiros dos estados amazônicos. Já o Programa União com Municípios, destinará R$ 780 milhões para ações de combate ao desmatamento e incêndios florestais em 70 municípios prioritários na Amazônia.