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‘Um pisão no pé é o motivo para atirarem em um garoto sonhador?’, pergunta pai de jogador baleado no réveillon
“Um pisão no pé é o motivo para atirarem em um garoto sonhador?”. O desabafo é do motorista de aplicativo Renato Pereira, pai do jogador de futebol amador Kauan Galdino Florêncio Pereira, de 18 anos, baleado na cabeça nas primeiras horas do dia 1º de janeiro, em Queimados, na Baixada Fluminense, após um desentendimento com um traficante por conta de um pisão no pé.
O rapaz foi internado em estado gravíssimo no Hospital da Posse, em Nova Iguaçu, e teve morte cerebral confirmada nesta tarde.
Na manhã desta sexta-feira (3), Renato lembrou os últimos momentos em que esteve com o filho e que, no primeiro minuto de 2025, ele recebeu uma mensagem do Exército indicando para qual Brigada de Infantaria Paraquedista serviria.
“Ele passou a virada com a gente. Quando entrou 2025, ele recebeu uma mensagem no telefone dizendo que ele iria para um batalhão para ser paraquedista. Meu filho começou a dançar e pular de alegria. Ele tinha dois sonhos: ser jogador e paraquedista”, contou Renato.
Ainda de acordo com o pai, por volta das 3h, o filho foi para a casa de um tio materno e de lá seguiu para um baile.
“Como ele é jovem, emocionado, ele disse que iria para a casa do parente dele. Eu ainda pedi: ‘Meu filhinho, não vai. Não vai, por favor’. Mas ele é jovem. Ele foi. Depois, bateram lá no portão de casa dizendo que o meu filho tinha sido baleado. Eu saí desesperado e fui para a UPA (de Queimados). Cada um fala uma coisa, mas ninguém sabe de fato o que aconteceu. O que sabemos é que o bandido deu um tiro à queima-roupa no meu filho. Atirou num menino estudioso. Fizeram uma covardia com um menino que é bobão, quieto, que só tinha tamanho.” “Não poderiam ter feito isso com um menino de ouro. Ele sempre me deu o maior orgulho. Todo pai tem um sonho de ter um filho como ele. Espero que quem fez isso pague. Que a justiça seja feita”, clamou.
Polícia investiga se traficante que teria atirado foi morto - A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) vai investigar se o traficante 'Testa de Ferro', suspeito de atirar em Kauan foi morto por determinação do Comando Vermelho (CV).
Testa de Ferro seria chefe do tráfico de drogas da comunidade São Simão, em Queimados, na Baixada Fluminense, e teria disparado contra o rapaz após um desentendimento por conta de um pisão no pé.
O g1 e a TV Globo apuraram que os chefes da facção criminosa teriam se irritado com a decisão do traficante e, para evitar "problemas", teriam determinado a execução do criminoso.