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Exército Brasileiro gastou R$ 6 milhões em guerra simulada

Simulação envolveu 3,6 mil militares e se concentrou nas cidades de Manacapuru, Moura e Novo Airão (AM)

Por UOL, O Globo 15/10/2020 14h02
Exército Brasileiro gastou R$ 6 milhões em guerra simulada
Foto: Reprodução

O Exército gastou R$ 6 milhões em combustível, horas de voo e transporte para simular uma guerra entre dois países na Amazônia, numa operação que nunca havia sido feita no país, segundo reportagem de um veículo de notícias, que obteve informações por meio da Lei de Acesso à Informação. A simulação ocorreu entre 8 e 22 de setembro, envolveu 3,6 mil militares e se concentrou nas cidades de Manacapuru, Moura e Novo Airão (AM).

A ação foi batizada de Operação Amazônia. Os militares criaram um campo de guerra em que um suposto país "Vermelho" invadiu um país "Azul", sendo necessário expulsar os invasores.

"Dentro da situação criada e com os meios adjudicados, foi a primeira vez que ocorreu este tipo de operação", informou o Exército. Os R$ 6 milhões gastos saíram do Coter (Comando de Operações Terrestres), mas outros gastos com a operação, além de combustível, horas de voo e transporte de civis não foram informados.

"Foram empregados diversos meios militares, tais como viaturas, aeronaves (aviões e helicópteros), balsas, embarcações regionais, ferry-boats, peças de artilharia, o sistema de lançamento de foguetes Astros da artilharia do Exército, canhões, metralhadoras, 'obuseiro' Oto Melara e morteiros 60, 81 e 120 mm, além de veículos e caminhões especiais", afirmou o Exército.

Segundo a reportagem, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e o comandante do Exército, Edson Leal Pujol, visitaram a região no dia 14 de setembro.

O Comando Militar da Amazônia informou ao jornal que 20 foguetes foram disparados pela artilharia do Exército no dia 15, na altura do quilômetro 61 da rodovia AM-010. O objetivo foi "neutralizar uma base do Exército oponente". O Exército diz que trabalha na elaboração de lançadores de foguetes com alcance de 300 quilômetros.

Em nota ao veículo, o ministério da Defesa informou que "foi um exercício em campanha com tropa no terreno que simulou uma ação convencional no contexto de amplo espectro e em ambiente operacional de selva".

"As ações ocorreram sobre uma imensa área e tiveram como objetivo estratégico elevar a operacionalidade do Comando Militar da Amazônia. A operação consiste em importante preparação para a atividade-fim das Forças Armadas, de defesa da soberania nacional, principalmente em uma região que tem a prioridade do Brasil", acrescentou a pasta.