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Onça ferida em incêndio e tratada com ozônio retorna a natureza em Goiás

Batizado de Ousado, animal se recuperou de queimaduras que sofreu durante fogo no Pantanal

Por G1 19/10/2020 14h02
Onça ferida em incêndio e tratada com ozônio retorna a natureza em Goiás
Foto: Ueslei Marcelino

Uma equipe do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio) buscou a onça Ousado, em Corumbá de Goiás, para soltá-la na natureza, na manhã desta segunda-feira (19). As informações são do Instituto Nex, responsável por cuidar do animal após ele sofrer ferimentos em um incêndio no Pantanal. A onça ficou 37 dias na instituição.

Ousado recebeu alta dos veterinários após se recuperar dos ferimentos graças a uma terapia usada pela primeira vez em onças, com ozônio e laser, além de pomadas homeopáticas, que ajudaram na recuperação. Ele estava na unidade desde 11 de setembro.

"Hoje eles [ICMBio] vieram buscar e dissemos: 'Agora é com vocês'. [...] Vão viajar na estrada, em uma van muito confortável, com ar condicionado. Ela vai muito bem acomodada na caixa de transportes, grande o suficiente para ela se movimentar", explicou o diretor-executivo do Instituto Nex, Silvano Gianni.

De acordo com o profissional, a previsão é que o animal seja levado para uma região próxima à que ele foi recolhido, no Mato Grosso. Porém, o local exato não foi divulgado pelo NEX até as 13h desta segunda-feira.

O G1 entrou em contato com o ICMBio por e-mail, às 11h, e aguarda retorno sobre o transporte da onça de volta à natureza.

Presidente do Instituto NEX, Cristina Gianni falou sobre a emoção de ver Ousado voltando para casa. Ela disse que vai sentir saudades, mas que torce para que ele consiga se readaptar à natureza.

"A nossa responsabilidade foi imensa. Quando chega um dia como hoje, de vê-lo sair daqui recuperado para voltar para sua vida, não sei descrever a emoção que a gente sente", disse à TV Anhanguera.

Também de acordo com ela, o animal será monitorado por uma coleira com GPS. Isso para que seja possível acompanhar o desenvolvimento dele, além de garantir que ele voltará a se sentir confortável em seu habitat natural.

Fêmea talvez não volte à natureza

A outra onça que recebe tratamento no instituto, uma fêmea batizada de Amanancy, teve queimaduras de terceiro grau nas patas e teve exposição óssea e de tendões. Ela foi transferida para Corumbá de Goiás no dia 20 de agosto e está recebendo aplicação de células-tronco.

Mas uma situação preocupa os veterinários. Como as garras ficaram comprometidas, a onça pode ter que viver em cativeiro para sempre.

"Ela teve lesões de terceiro grau nas queimaduras e perdeu algumas falanges, não tem mais a retração da garra. Então dificilmente, tomara que aconteça um milagre, mas dificilmente ela consegue voltar [para a natureza]. Porque ela não tem como caçar, não tem como escalar, seria difícil a adaptação", explicou Cristina Gianni.