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Bolsonaro afirma não se sentir pressionado por outros países iniciarem vacinação

Presidente declarou ser uma questão de responsabilidade com o povo

Por Redação com Uol Notícias 26/12/2020 16h04
Bolsonaro afirma não se sentir pressionado por outros países iniciarem vacinação
Foto: Reprodução

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que não se sente pressionado pelo fato de outros países já terem iniciado a vacinação contra o coronavírus enquanto o Brasil ainda não tem um prazo definido para vacinar a população.

 "Ninguém me pressiona para nada, não dou bola para isso. É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo", disse Bolsonaro, durante passeio por bairros de Brasília na manha de hoje.

Bolsonaro também afirmou que "alguns não querem respeitar" a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre a liberação do uso de vacinas contra o novo coronavírus. O presidente não especificou a quem se referia, mas sua fala se insere na disputa política travada pelo Planalto em torno da vacinação da covid-19.

"Já assinei MP [Medida Provisória] de R$ 20 bilhões e entre eu e a vacina tem uma tal de Anvisa que eu respeito e alguns não querem respeitar, é só isso", disse Bolsonaro. O presidente se referiu à edição da Medida Provisória, no último dia 17, que destina R$ 20 bilhões para aquisição de vacinas contra o coronavírus e outros itens necessários para a campanha de imunização.

A MP ainda será avaliada pelo Congresso Nacional, quem tem a prerrogativa para aprovar o texto, derrubá-lo ou alterá-lo. A expectativa do Ministério da Saúde é que a população comece a ser imunizada em meados de fevereiro. Ainda não há uma vacina aprovada pela Anvisa para uso no país. Entre os imunizantes que poderão ser comprados pelo governo está a CoronaVac, de origem chinesa e fabricada em parceria com o Instituto Butantan (SP).

O Ministério da Saúde está finalizando um acordo para adquirir 46 milhões de doses da vacina. Também estão na mira do governo a compra da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de Oxford, e a vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer.

Bolsonaro voltou a afirmar que as fabricantes das vacinas desenvolvidas para a covid-19 não se responsabilizam por eventuais efeitos adversos do imunizante. Esse argumento foi utilizado pelo governo para cogitar a exigência de que as pessoas assinem um termo de consentimento para receber o imunizante.

"Em tudo que eu vi até agora de vacina que poderão ser disponíveis tem uma cláusula que diz o seguinte: eles não se responsabilizam por qualquer efeito colateral", disse o presidente.

Perguntado por jornalistas se a menção se referia apenas ao imunizante da Pfizer, Bolsonaro afirmou que a exigência se aplica a todas as vacinas.

"Todas elas, pelo que eu vi até agora, todas elas", disse Bolsonaro.

Até o momento, esse tipo de exigência não foi tornada pública por outras fabricantes de vacinas além da Pfizer.

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que a assinatura do termo de consentimento seria necessária apenas para as vacinas que tiveram o uso autorizado de forma emergencial, e não mais quando os imunizantes obtiverem o registro definitivo pela Anvisa.