Economia

Exportação de etanol cresce, e dependência dos EUA diminui

EUA estava entre 50% e 60% das vendas externas, tendo caído para 36% em 2020

Por Redação com Valor Econômico 19/01/2021 17h05
Exportação de etanol cresce, e dependência dos EUA diminui
Reprodução | Internet

Nos últimos cinco anos, os EUA representaram entre 50% e 60% do volume de etanol que o Brasil vendeu ao mercado externo. No ano passado, porém, essa fatia caiu para 36%, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), compilados pelo Ministério da Agricultura.

A Coreia do Sul, por exemplo, que há anos é o segundo maior destino do etanol brasileiro, elevou suas importações em 84% no ano passado. O país – que utiliza o produto apenas para fins industriais, e não como combustível – adquiriu um volume bem próximo do importado pelos americanos, alcançando uma participação de 35% nas exportações brasileiras. Os EUA foram o destino de 984 milhões de litros de etanol do Brasil, e a Coreia do Sul, de 963 milhões de litros.

Outros mercados também aumentaram as importações do etanol brasileiro. Em 2020, o volume de etanol do Brasil que chegou aos portos dos Países Baixos – que servem de porta de entrada das importações feitas pela Europa – quadruplicou em relação a 2019, totalizando 273 milhões de litros. Reino Unido e Turquia também aumentaram as compras do combustível brasileiro 22 e 220 vezes, para 58 milhões de litros e 54 milhões de litros, respectivamente.

O número de destinos também cresceu. No ano passado, 37 países importaram mais de 1 milhão de litros de etanol brasileiro, quase o dobro dos 19 países de 2019.

No ano passado, o Brasil ocupou ainda uma parte do espaço que o Paquistão deixou no mercado – o excedente exportável paquistanês encolheu depois de uma quebra na sua safra de cana do país. No caso do aumento das vendas à Coreia do Sul, o etanol brasileiro encontrou algumas janelas em meio a problemas de certificação enfrentados pelo produto americano.

Para 2021, a perspectiva ainda não está clara, mas não deve ser tão favorável aos embarques brasileiros como foi em 2020, acredita Heise. Ela observou que, neste ano, com a expectativa de quebra de safra de cana, de crescimento da demanda e de mix ainda açucareiro nas usinas, a oferta do combustível no mercado doméstico deve ficar mais apertada. Co isso, haverá menos “gordura” para ser exportada.