Economia

Venda direta é a solução para reduzir o preço dos combustíveis

Em Alagoas, o valor pago pelo produto na bomba poderia cair pelo menos 10%

Por Redação com Blog do Edivaldo Júnior 23/03/2021 10h10
Venda direta é a solução para reduzir o preço dos combustíveis
Foto: Reprodução

A venda direta de etanol da usina para o posto, sem os atravessadores faria bem ao bolso do consumidor. Segundo o jornalista Edivaldo Júnior, em Alagoas, o preço pago pelo combustível na bomba, poderia cair pelo menos 10% ou R$ 0,40.

As empresas poderiam vender muito mais se não tivessem que entregar, por força de uma regra imposta pela Agência Nacional do Petróleo, o produto para distribuidores.

Um exemplo: o etanol produzido em Coruripe passa por diversas etapas até ser vendido aos consumidores. Apesar de ser fabricado na cidade, o combustível é carregado em um caminhão, viaja até Maceió, para dar entrada na distribuidora e depois retornar para os postos do município. A operação envolve não só custos com logística, mas também a margem do distribuidor (que nesse caso só entra no processo para encarecer o produto) e termina elevando por tabela o valor final dos impostos.

A defesa da venda direta, da usina para o posto, sempre foi uma bandeira defendida por produtores locais, através de entidades como Asplana e Sindaçúcar-AL. A bancada federal de Alagoas, especialmente os deputados Isnaldo Bulhões (MDB) e Arthur Lira (PP) também encamparam a defesa dessa proposta que pode beneficiar setor produtivo e consumidor.

A novidade, na última semana, foi a posição do secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro. Ele foi direto ao ponto, ao comentar no Twitter manifestações orquestradas para criticar a política de tributação dos combustíveis. “A briga deveria ser para o @jairbolsonaro e a @ANPgovbr liberar a venda direta do #alcool das usinas aos postos. Aí sim baixa o preço!!!! O resto é apenas discurso político vazio!”.

Em conversa com o jornalista Edivaldo Júnior, Santoro explicou que é o único caminho para reduzir custos: “sou totalmente favorável à venda direta. Não tenho a menor preocupação das usinas não pagarem. As empresas têm um benefício e perderiam se atrasassem. Esta pauta deveria ser prioridade de um Estado produtor de álcool como Alagoas”, aponta.

Santoro diz que é preciso estimular o máximo possível: “pensa só, se cada usina abrir um posto de combustível na cidade em que tem sua sede, imagina como poderia baixar o preço do álcool. A Pindorama em Coruripe, a Caeté em São Miguel dos Campos e assim por diante, a gente teria possibilidade muito grande de ter uma competitividade”, pondera.

O secretário avalia que a venda direta reforçaria a economia alagoana: “A gente precisa reforçar as atividades econômicas do Estado, tem que desenvolver e o dinheiro ficar aqui dentro para o Estado, não é sair para outro Estado. Hoje o álcool sai daqui e parte do imposto do álcool é lá em Pernambuco na refinaria onde é misturado. Não é justo isso com o Estado de Alagoas que é produtor. O dinheiro tem que ficar aqui que produz e consome aqui, pelo menos o que é consumido aqui, 100% aqui”.

Confira o posicionamento de Santoro no twitter: