Polícia
Alagoanos foram presos acusados de fraudar concursos em vários estados
Candidatos pagavam R$ 150 mil pelo kit aprovação; líderes foram aprovados na PM/AL
Uma operação da Polícia Civil da Paraíba desmontou uma quadrilha acusa de fraudar concursos em Alagoas e em vários outros estados do Brasil. Suspeitos de envolvimento com a quadrilha que fraudou pelo menos 60 concursos públicos no Nordeste, dois alagoanos foram presos durante a operação: os irmãos José Marcelino dos Santos Filho, conhecido como “Diego”, de 34 anos, e Kamila Marcelino Crisóstomo da Silva, de 31 anos
A prisão, em flagrante, foi realizada pela polícia na manhã do último domingo (07), em um condomínio de luxo na capital da Paraíba, João Pessoa.
A dupla de alagoanos foi presa em flagrante junto com mais oito pessoas no momento em que respondiam as provas e mandavam para os candidatos do concurso.
Diego e Kamila são naturais do município de Joaquim Gomes, na Zona da Mata de Alagoas. Eles também são filhos do ex-prefeito da cidade José Marcelino, conhecido como “Nêgo Sarrapião”.
O irmão mais velho já foi preso em flagrante após participar da fraude em outro concurso público, realizado em Olinda-PE, em 2014. Porém, ele havia sido liberado e estava respondendo o crime em liberdade.
Já Kamila chegou a ser aprovada em 8 concursos por conta do esquema fraudulento. Ela é esposa de Flávio Nascimento, um dos líderes da quadrilha, que também é subsecretário de Cultura de Joaquim Gomes. Ele foi aprovado em 15 concursos, incluindo o da Polícia Militar de Alagoas, no qual ele exerce o cargo de cabo. Uma curiosidade sobre o chefe do grupo, é que em um dos concursos, para a Universidade Federal de Alagoas, ele chegou a ser classificado e aprovado em dois cargos.
Candidatos pagavam R$ 150 mil pelo 'kit aprovação'; líderes foram aprovados na PM/AL
De acordo com a polícia, o esquema fraudulento teria beneficiado 400 pessoas, por meio do pagamento de R$ 12 milhões à quadrilha desde 2005. O levantamento das autoridades apontam que as fraudes aconteceram em concursos nos estados da Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Rio Grande do Norte, Sergipe e Piauí. A venda do "kit completo" de aprovação, que incluia facilitação de empréstimo para pagar 'aprovação', gabaritos e diplomas para ingresso no cargo, custava cerca de R$ 150 mil para cada concurseiro.
O esquema funcionava por meio de escutas e transmissões eletrônicas durante a aplicação das provas. Parte dos suspeitos ficava na casa onde os líderes do grupo foram presos, em João Pessoa, e eram responsáveis por receber as informações das provas de outros integrantes do grupo que faziam as provas.
Eles repassavam as informações para os 'professores', que respondiam às questões e mandavam os gabaritos aos candidatos.