É de praxe, quem viaja sempre busca levar um souvenir ou outro do Destino que visita e, muitas vezes, esses artigos vão muito além de simples chaveiros ou cartões postais. Em Alagoas não é diferente, não só por ser um dos Destinos mais procurados do país, mas também devido à riqueza do artesanato produzido no Estado, com várias tipologias e difundido entre todas regiões turísticas, sendo reconhecido nacional e internacionalmente.
Atualmente o artesanato alagoano conta com uma identidade comercial, a Alagoas feita à mão, criada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) que deu cara e visibilidade à arte popular produzida nessas terras. Além disso, o Estado lidera o ranking nacional de artesãos cadastrados no Programa do Artesanato Brasileiro (PAB) com aproximadamente 14 mil profissionais, como os mestres artesãos João das Alagoas, Dona Irinéia e André da Marinheira, todos com trabalhos expostos dentro e fora do país.
O primeiro é de Capela, município no interior do Estado, e cria a partir da cerâmica peças que retratam a vida e cultura do povo sertanejo. A segunda dá ao barro a cara e os traços quilombolas, fazendo sucesso até em Milão, na Itália, há milhares de quilômetros do povoado quilombola de Muquém, em União dos Palmares, onde mora. Já o terceiro, residente de Boca da Mata, molda a madeira em lindos animais da fauna brasileira.
A gerente de Design e Artesanato da Sedetur, Daniela Vasconcelos, ressalta a importância da valorização do artesanato genuinamente alagoano. “O artesanato alagoano se diferencia pela exclusividade e identidade forte. Tem bases em ideiais de sustentabilidade, forte traço da cultura nordestina e é diversificado, temos artesãos em todas as regiões do Estado, produzindo em diversas tipologias e ganhando reconhecimento nas artes e no mercado, por isso é tão importante que esses produtos e mestres genuínos da terra sejam valorizados”, conta.
Para facilitar o acesso às peças dos artesãos alagoanos, listamos as lojas, centros produtivos e associações que vendem estas que são exemplares da arte popular genuinamente alagoana e atendem não só aos turistas, como também comerciantes, expositores e colecionadores de arte.
Galeria Karandash
Uma das galerias mais tradicionais de Maceió, a Karandash conta com um acervo de mais de duas mil peças de artesãos de todo o Brasil, mas com atenção especial aos alagoanos. Por lá é possível encontrar peças de João das Alagoas, Dona Irinéia e artesãos da Ilha da Ferro, entre outros.
“O nosso público é um turista diferenciado, de pousadas de charme, que geralmente faz agendamento. Estamos investindo em mídias sociais para incentivar uma maior visitação, com visita guiada. A maioria é nacional e, às vezes, internacional. Temos um acervo vasto do artesanato alagoano, desde a década de 90 que investimos nos produtos da terra”, conta Maria Amélia Vieria, uma das proprietárias da galeria.
A Karandash fica localizada na avenida Moreira e Silva, 89, no bairro do Farol, na parte alta de Maceió. O telefone para contato é (82) 3317-6693.
Encanto do Tear
A Encanto do Tear existe há quase 30 anos e comercializa, além de produtos de decoração, artesanato e arte popular alagoana. As tipologias em madeira, cerâmica, palha, arte indígena, além da tecelagem são as especialidades da casa.
“Temos artesanato em madeira, cerâmica, palha, arte indígena, além da tecelagem. Os artesãos que trabalho são João das Alagoas, Sil, Irinéia, Tita, Nena, Claudio, Aberaldo. Os meus clientes são turistas, linhas corporativas, áreas jurídicas, consultores médicos e odontológicos porque faço ambientações com artesanato, privilegiando sempre os artesãos locais e a arte popular”, conta Maria do Carmo Suares Cavalcante, proprietária da Encanto do Tear.
A loja fica na Avenida Mario Nunes Vieira, no bairro da Mangabeiras. O horário de atendimento é das 8h às 18 horas, de segunda a sábado.
Pisa na Fulô
Com duas lojas em Maceió, no Parque Shopping e no Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares, a loja Pisa na Fulô comercializa o artesanato alagoano para turistas e mercado local, com várias tipologias.
“Nós trabalhamos com artesãos alagoanos como Arlindo, João das Alagoas, Dona Peró, Pontos e Contos, e com as tipologias do Ouricuri e Taboa, além do bordado filé de Marechal e do Pontal. Vendemos muito para turistas e também o publico de Maceió. Nós temos uma procura muito grande, geralmente pelos mestres artesãos e o filé”, conta Bruna Carla Cabral Tiengo, proprietária.
O horário de funcionamento da unidade Aeroporto é das 8h às 18h e de 23h às 8h, todos os dias. No Parque Shopping, o horário é das 10h às 22h, também diariamente.
Mercado do Artesanato
Um passeio pelo Mercado do Artesanato de Maceió é imprescindível pra quem visita a Capital do Estado. Com mais de 250 boxes de venda, por lá é possível encontrar artesanato genuinamente alagoano em várias tipologias: madeira, couro, renda, bordado, palha, cerâmica, entre outros. Além disso, muitos dos artesãos produzem também ali no local, dando a oportunidade a quem visita de conhecer o modo de produção da arte popular alagoana.
O Mercado do Artesanato fica localizado no Parque Rio Branco, 71, na Levada. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 07 às 17 horas e aos domingos, das 07 às 12 horas.
Pontal da Barra
À beira da lagoa Mundaú está localizado o bairro de Pontal da Barra e é lá um dos cantinhos mais charmosos de Maceió, onde estão concentradas boa parte da produção artesanal das rendeiras e bordadeiras da Capital, ganhando inclusive uma rua delas, a “Rua das Rendeiras”.
Por lá é bem comum encontrar as artesãos bordando à porta de suas lojas e ateliês, produzindo artesanato genuinamente alagoano, principalmente o famoso filé, reconhecido internacionalmente e considerado patrimônio imaterial de Alagoas.
Centro de Artesanato de Piranhas
No Sertão de Alagoas, a beira do Rio São Francisco, está uma das mais belas cidades do Estado, Piranhas, distante 266 km da capital. Além de conhecer a história do Cangaço e as belezas naturais sertanejas, a cidade possibilita o acesso ao artesanato genuíno de Alagoas, como o bordado redendê e o trabalho feito pelo grupo produtivo estação Cangaço, ambos típicos da região.
“No Centro de Artesanato nós temos o trabalho das bordadeiras da cidade e do vilarejo de Entremontes. Além do grupo produtivo Estação Cangaço, que usa o couro da tilápia para fazer bolsas, agendas, brincos e demais acessórios. São mais de quarenta artesãos que atendem a turistas e comerciantes da arte popular”, conta o secretário de Cultura e Turismo de Piranhas, Jairo Luiz Oliveira.
O Centro de Artesanato de Piranhas fica no centro da cidade, na rua José Martileno Vasco, em frente ao Museu do Sertão. O horário de funcionamento é das 09 às 18 horas, de quarta a domingo.
Povoado Quilombola de Muquém
Na terra de Zumbi dos Palmares, o município de União dos Palmares, distante 80 km da Capital, se encontra a sede da Adapo, Associação da Comunidade Muquém de Remanescentes Quilombolas de União dos Palmares, berço de duas mestres artesãs alagoanas, Dona Irineia e Marinalva, que transformam o barro em lindos peças, artigos de decoração e panelas.
Por lá, além delas, possuem outras artesãs que fazem também trabalho em argila, bordados e bonecas de pano. A visita à associação e a casa das mestres é feita com agendamento pelo telefone (82) 99696-8885.
Pontal de Coruripe
No litoral Sul de Alagoas, em Pontal de Coruripe, a cerca de 90 km de Maceió, um grupo de artesãs faz tanto sucesso quanto as belas praias da região. Elas produzem bolsas, mandalas, doleiras e acessórios moda casa da fibra do Ouricuri.
A sede da Associação das Artesãs de Pontal de Coruripe funciona das 8h30 às 17h, de segunda a segunda. Fica localizada na Rua Massari Neto Beltrão Lessa, s/n, em frente ao Farol.
Centro de Artesanato de Feliz Deserto
Em Feliz Deserto, também no litoral Sul alagoano, distante 120 km da capital Maceió, o artesanato alagoano encontra destaque na palha da Taboa, usada para produção de cestas, bolsas, tapetes e revestimentos de móveis. A confecção das peças artesanais passa por um processo de tiragem nos alagados, secagem, ripagem, trançagem e montagem das peças 100% natural.
A sede da Associação das Artesãs de Feliz Deserto – que conta atualmente com 16 associadas - comercializa a arte popular da região não só para os turistas que visitam as belas praias da cidade, como também com comerciantes e colecionadores do Brasil e Exterior.
A sede fica localizada na Avenida Governo Ronaldo Lessa, s/n, e o horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 8h30 às 17h.
Associação das Mulheres de Fibra
No litoral Norte de Alagoas, na cidade de Maragogi, a 130 km de Maceió, é possível atrelar artesanato local ao turismo de aventura. Os turistas que buscam contato com a natureza podem conhecer a trilha do Vesgueiro – com rios, cachoeira e um visgueiro gigante - e a Associação das Mulheres de Fibra que transforma a fibra da bananeira em artigos para casa como jogo americano, porta copos e porta chaves, além de bolsas e tapetes.
“Os turistas agendam a visita por telefone e conhecem a trilha do Vesgueiro pela reserva de Mata Atlântica. Nós comercializamos nossos produtos que são 100% naturais, fazendo deste a coleta do fibra até a confecção das peças, vendendo para turistas e colecionadores de todo o país”, conta Amara Lucia, presidente da Associação.
Para agendar as visitas à trilha e a Associação é necessário ligar para o telefone (82) 99113-8299. Para visitar somente o ponto de venda, o horário de funcionamento é das 8h às 17h, de segunda a sábado. A sede está localizada no povoado Água Fria, na zona rural de Maragogi.